* Publicado no blog Gilberto Leal em 14 de junho de 2016
O abismo provocado pelos equívocos dos gabinetes de Brasília continuam desacelerando a economia e abalando os principais segmentos produtivos. O setor automotivo, que responde por 25% do Produto Interno Bruto(PIB) Industrial do país, trabalha com uma ociosidade superior a 50% e, o pior, a expectativa é de que a crise continuará. A produção e vendas não param de cair em relação a 2015 e a entidade dos fabricantes, a Anfavea, mais uma vez foi obrigada a rever suas projeções. O primeiro semestre caminha para fechar com resultados próximos a um milhão de unidades, o pior volume registrado desde 2014.
A produção acumulada de veículos de janeiro a maio caiu 24,3% em relação ao mesmo período de 2015 com 834 mil unidades. Apesar das safras recordes, o segmento de caminhões foi o mais atingido e, junto com caminhões, teve uma retração de 18%, voltando aos volumes dos anos 90.
Os números negativos, os altos estoques e a elevada capacidade ociosa das linhas de montagem levaram a Anfavea revisar suas projeções para o corrente. A expectativa de crescimento foi revertida e a entidade trabalha com um volume de 2,29 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representa uma queda de 5,5% na comparação com 2015, que despencou quase 25% sobre 2014. O setor de veículos comerciais, que superou 200 mil unidades em 2013, não chegará a 95 mil neste ano. Dos estoques de 236,4 mil veículos em maio, 162,4 mil ficaram nos showrooms e pátios e 74 mil nas montadores. O volume corresponde a 42 dias de vendas.