Em julho de 1976, a Fiat chegava ao Brasil pela ponte Rio-Niterói (RJ). Um modelo Fiat 147 cruzava os 14 quilômetros de extensão da travessia com menos de um litro de gasolina para demonstrar o quão econômico era, e começava a escrever a história da marca no país.
Baseado no 127 italiano, o primeiro carro ítalo-brasileiro foi produzido durante 10 anos, até ser substituído pelo Uno. Ao longo de uma década, foram mais de 536 mil unidades vendidas de um total de quase 710 mil produzidas. Quarenta anos depois, o compacto ainda desperta paixões como a do biólogo e servidor público porto-alegrense Antonio Carlo Laitano, 42 anos.
– Este modelo me marcou muito. Quando eu era pequeno, minha família tinha um 147 e viajávamos com ele. Eu gostava bastante, e também costumava sentar no banco do motorista brincando de dirigir. Foi daí que decidi: quando tiver oportunidade, vou comprar um – conta.
Laitano possui um Fiat 147 GL 1980. Movido a gasolina, com motor transversal 1.0 (1050cc) carburado de 56 cavalos, tem a mesma frente "alta" das primeiras versões.
– Comprei em 2010, e aos poucos vou reformando. Já troquei várias coisas. Hoje, também faço a manutenção, como troca de óleo duas vezes por ano.
Apesar de não ser tão econômico quanto o que apresentou a marca ao mercado brasileiro, o Fiat 147 do biólogo (que faz uma média de 8 km/l) conta com todos os opcionais da versão GL (¿Gran Luxo¿), que incluem ar quente, desembaçador do vidro traseiro e alça de teto em todas as portas.
– A única coisa não original são as rodas. As minhas são de liga de magnésio, como da época, mas do Uno 1989. A original até existe, mas costuma ser bastante cara – destaca.
Laitano faz parte de um grupo de aficionados, o 147 Fiat Clube. Eles participam, toda a primeira segunda-feira do mês, do encontro de carros realizado no Largo da Epatur, na Capital. Por causa da idade, o 147 não paga IPVA. Mas não fica parado:
– Carro antigo não foi feito para ficar na garagem, mas para desfilar na rua e virar cabeças – finaliza.