Todos esperavam que Brasil e Argentina decidissem a Copa América. A final deste sábado (10) chega com dois anos de atraso pois se esperava que ela acontecesse em 2019 para um Maracanã lotado. Naquela disputa, o jogo aconteceu antes, na semifinal em Belo Horizonte, e os brasileiros definiram ali o título, apenas fazendo do último jogo contra o Peru uma formalidade. Agora é diferente, bem diferente, e muito mais ameaçador para o time de Tite.
Não se pode dizer que o Brasil está jogando menos do que em 2019, ao contrário. Agora a equipe tem Neymar que naquela oportunidade não disputou a competição por estar machucado, e ele vem jogando muito bem. Seria de se acreditar que estaríamos diante de um favoritismo contra os argentinos. Aí é que está a diferença. A Argentina também faz boa campanha, joga mais do que há dois anos e com apresenta Lionel Messi mostrando algo que dele sempre foi cobrado, a garra digna da fama de seus compatriotas.
Ver a comemoração juvenil dos argentinos após a vitória nos pênaltis diante da Colômbia é um alerta e tanto para o Brasil. Nos últimos anos, em jogos oficiais, a equipe brasileira não respeitou nem o fator local contra os rivais. Agora o desenho é diferente. Vale lembrar que a Argentina é a seleção que mais venceu a seleção de Tite. Das quatro derrotas sofridas em cinco anos sob o comando do treinador, duas delas foram para os "hermanos". Ainda que em jogos amistosos, isto também é um sinal.
Com Messi artilheiro da Copa América e abusando das assistências para gols, um espírito de grupo altamente significativo e sem o Maracanã lotado a favor do Brasil, a ameaça é grande para a Seleção Brasileira. A combinação das boas fases das grandes estrelas dos dois times com a ambição suprema dos argentinos de quebrarem um jejum de títulos de 28 anos com seu time principal contra uma equipe que nunca perdeu uma disputa sul-americana jogando em casa cria a melhor das expectativas. É de se prever um jogo espetacular para o qual Tite e seus comandados devem estar mais atentos do que nunca. Esta Argentina, ainda que a defesa apresente problemas, é a mais perigosa dos últimos tempos.