Os gaúchos sempre se orgulharam dos episódios relativos à Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos. As alusões a estes termos são marcas representativas no Rio Grande do Sul, nunca sendo relacionadas a uma possível origem das expressões que derivariam dos liberais do início do Século XVIII que seriam pessoas maltrapilhas com roupas surradas. Pois o Gre-Nal, outra marca do estado e uma das maiores do país, está se apropriando do sentido de esfarrapados para caracterizar o clássico marcado para este sábado (10).
Poucas vezes se viu Grêmio e Inter se encontrarem em situação tão ruim. Na Arena e no Beira-Rio os times estão devendo muito, tanto em desempenho como em resultados. Cada um ostente um recorde. Os gremistas, com dois pontos em oito jogos, nunca haviam começado tão mal um Brasileirão. Os colorados estão destruindo a mística de jogar em casa e já não ganham em seu estádio há oito partidas. A lanterna do certame é tricolor, e a zona do rebaixamento é um lugar próximo para os vermelhos. Ambos os clubes já trocaram os técnicos recentemente e não houve melhoras significativas.
O Grêmio vai para o clássico com o mítico Felipão fazendo sua estreia. Nem isto parece animar o combalido torcedor. No Inter, Diego Aguirre chegou há mais tempo, o que já foi suficiente para ter resultados ruins e passar a sofrer pressão. O cenário é desanimador com torcedores dos dois clubes preparando protestos ao invés de saudações. Se há alguns dias poderia se prever melancolia para o confronto, agora a situação é pior. Se alguém vencer, não resolverá seus problemas, quem perder viverá trevas e, se houver empate, a desgraça será compartilhada. Os dois estão esfarrapados no Brasileirão.