Foi sob o comando de Diego Aguirre que, em 2015, Rodrigo Dourado deixou de ser uma promessa e se tornou titular do Inter, se afirmou como um dos melhores volantes do Brasil, chegando no ano seguinte à seleção olímpica medalha de ouro no Rio de Janeiro, além de ter recebido prêmios pessoais de relevância nacional. Passados seis anos, o técnico volta ao Beira-Rio e o jogador não só segue no clube como é capitão do time. Nada mais natural do que passar a ser o principal representante do comandante no elenco e no time. Houve, porém, no período de separação dos dois profissionais, a grave lesão do jogador que o tirou de campo por mais de um ano. Hoje Dourado é extremamente mais maduro, mas também está fragilizado.
Foram exemplares as atuações de Rodrigo Dourado contra a Chapecoense e o América-MG pela total entrega ao time e pelo desempenho que teve como componente o gol de empate em Belo Horizonte. O volante joga até não resistir mais. A fisionomia é de quem sofre dores e o caminhar nem sempre tem o ritmo normal. Está claro que Diego Aguirre, ao exigir a intensidade máxima de sua equipe, vai precisar ter um cuidado especial com seu capitão, sob pena de perdê-lo para mais uma lesão.
A volta do uruguaio ao Beira-Rio claramente motivou o jogador. Com Miguel Ángel Ramírez ele se submeteu disciplinadamente a uma alteração da função que fez seu futebol render muito menos. Havia até a cogitação da busca de um novo volante, mais adaptado a jogar ao lado dos zagueiros. Rodrigo Dourado estava fadado e perder a titularidade, até porque é um jogador que injustamente vem sendo cobrado em demasia pelo torcedor, como se simbolizasse a carência de títulos do clube pelo fato de ter sido do grupo rebaixado em 2016 ou por se manifestar com sinceridade diante da impotência do time em clássicos.
Pode ser preocupante a condição física e clínica do capitão colorado pelo que ainda sofre em função de seu problema no joelho direito. Para isto é preciso precaução da comissão técnica. O que não deve entrar em discussão é seu comprometimento com o time com grupo e com o clube. Cabe ao treinador e amigo, evitar que a fragilidade física do líder custe caro ao time.