A vitória do Inter sobre a Chapecoense trouxe boas notícias ao torcedor colorado. Na reestreia de Diego Aguirre como técnico, a equipe gaúcha teve apresentação consistente, sobretudo no primeiro tempo, e mesmo com os desfalques e improvisações já mostrou algumas ideias da filosofia de jogo que o comandante colorado deseja implementar.
No sistema defensivo, foram duas mudanças: Zé Gabriel atuou na lateral direita e Heitor foi improvisado na esquerda. De acordo com Diego Aguirre, as alterações ocorreram por necessidade. Com Moisés lesionado e Saravia sem ter trabalhado com bola após se recuperar da covid-19, foi essa a alternativa pensada pelo uruguaio para esta única partida.
Léo Borges até estava no banco de reservas, porém, o jogador já está negociado com o Porto-POR e o comandante pensou em preservá-lo, mesmo que por necessidade o atleta tenha entrado no segundo tempo, após a lesão de Zé Gabriel.
O meio-campo contou com várias alterações: Patrick e Edenilson foram mantidos, entretanto, Rodrigo Dourado voltou à titularidade, assim como Maurício e Caio Vidal. Thiago Galhardo e Johnny foram para o banco de reservas e apenas o segundo ingressou durante a partida.
Autor do primeiro gol, Caio Vidal foi bastante acionado durante a partida. Assim como Yuri Alberto, que após oito partidas, voltou a balançar as redes. Recuperado de lesão muscular, Rodrigo Dourado também teve boa atuação. O volante foi lançado ao time titular colorado justamente por Diego Aguirre, em 2015.
Leonardo Oliveira, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de GZH, fez uma avaliação sobre os destaques da atuação colorada diante da Chapecoense.
- Heitor: tem ainda pontos a melhorar na marcação. Mas é jovem e está em processo de evolução.
- Dourado: nesta ideia se jogo de Aguirre, fica protegido e cumpre espaços menores. Também não precisa esquadrinhar o jogo para o time. Assim, seu futebol cresce.
- Mauricio: não chegaria ao ponto de classificá-lo como "craque, top", como fez Ramírez. Mas, sim, se trata de um jogador com potencial para ser diferente. Ali, por dentro, na esquerda, é o seu lugar.
- Caio Vidal: outro que será beneficiado pelo modelo de Aguirre. Principalmente, depois de construída a vantagem e recolhidas as linhas. É jogador de atacar o espaço. Só precisa ter mais tranquilidade na hora de definir, para ter melhor tomada de decisão.
- Yuri Alberto: é o tipo de atacante que está sempre bem posicionado. Com o time saindo em transição rápida e pegando o adversário desorganizado, sobrarão sempre oportunidades para ele.
- Edenilson e Patrick: mudaram radicalmente sua produção. Esse modelo é como estar em casa para eles. Voltaram a ser jogadores intensos, que ocupam espaços e saem para jogar de forma vertical. Em nada lembram os dois jogadores apagados da era Miguel Ángel Ramírez.
Apesar das boas notícias, também há uma preocupação: a bola aérea defensiva. Se o Inter voltou a marcar um gol com a bola rolando, sem ser oriundo de uma cobrança de falta ou escanteio, também é verdade que continua vazando no sistema defensivo.
O gol de desconto e as principais ações da Chapecoense ocorreram em cobranças de falta fora da área e em escanteios. Algo que deve ter atenção de Aguirre na sequência da temporada.