É absolutamente inesperada a pontuação do Grêmio na tabela do Brasileirão. Mesmo que o Gauchão não seja parâmetro, o time campeão ter duas derrotas consecutivas contra os reservas do Ceará em Fortaleza e para o Athletico-PR em Porto Alegre respectivamente, não recomenda uma equipe cujo discurso de 2021 é dar total prioridade para a competição nacional. Os resultados, embora se esteja muito distante da etapa decisiva da competição, não foram injustos, diferente do que avaliou o treinador tricolor.
Tiago Nunes, no jogo contra os paranaenses, viu equilíbrio na partida. Por certo ele se baseia na natural iniciativa de quem joga em casa, tem maior posse de bola e se coloca mais no campo adversário. Isto não diz necessariamente quem merece ganhar. A justiça se dá pela equação entre objetivo estabelecido e cumprimento da estratégia.
Nisto o Athletico-PR foi superior e muito mais pragmático. As jogadas do time de Antonio Oliveira se mostraram mais efetivas, tanto que houve gol marcado e milagre do goleiro gremista entre outros momentos delicados para os tricolores. No outro lado, a maioria das iniciativas ofensivas do Grêmio esbarraram numa eficiente formação com três zagueiros.
Mesmo com a correta busca de Jhonata Robert como solução para a apatia de Jean Pyerre ou o acertado abandono da ideia de Lucas Silva ao lado de Thiago Santos, o treinador gremista viu seu time não funcionar.
Pode até se discutir a escalação de Luiz Fernando, mas também se mostraram abaixo do esperado figuras como Ferreira e Kannemann. Vale para os dois a falta de ritmo depois de paradas por motivos diferentes. Numa avaliação geral não existe um grande desastre a ser corrigido.
A gravidade está na falta de funcionamento coletivo, o que passa a assustar o torcedor que acreditava ter um time em fase de evolução e mostrando estar com melhor desempenho do que o dos últimos tempos de Renato Portaluppi. A derrota em casa foi um susto. O início de Brasileirão virou uma grande preocupação que não estava nas previsões na Arena.