A torcida do Grêmio certamente se sente recompensada com o que está vendo. Muitas foram as manifestações no último ano para que Ferreira se tornasse titular da equipe. Ele agora não só está afirmado no time principal como é protagonista, tendo sido escolhido o melhor jogador do último Gauchão.
A sucessão tricolor no lado esquerdo do ataque parece seguir sem prejuízo depois das passagens valorizadas de Pedro Rocha, Everton e Pepê. A expectativa que se tem agora é pela sequencia na evolução de Ferreirinha, que tem no Brasileirão uma chance grande para afirmação no cenário nacional. É preciso, portanto, evitar todo o tipo de ameaça ao desempenho do atleta, principalmente fora de campo, numa discussão envolvendo contrato.
A situação de trabalho de Ferreira é simples de entender. Ele tem contrato até 2023, mas seus vencimentos colocam a multa rescisória em valores perigosos para o Grêmio diante de um possível assédio do futebol europeu. Cabe ao clube propor um novo contrato, mais longo e com novos valores salariais para aumentar a multa, colocando-a num padrão bem superior.
Para isto acontecer, uma nova negociação entre a diretoria tricolor e o empresário Pablo Bueno será necessária. A última vez em que isso aconteceu, houve longo impasse e dois indiscutíveis prejudicados: o elenco gremista, que ficou privado de um talento em fase de evolução, e o próprio Ferreira, que foi afastado da disputa de uma posição no grupo e até na equipe principal. Tudo terminou bem, ainda que com atraso.
Não é de duvidar que a negociação passe por divergências de propostas. O representante de Ferreira tem o direito de fazer uma pedida próxima ou igual aos maiores salários do elenco. O garoto já é um dos principais valores do grupo.
O clube, por sua vez, pode oferecer menos do que deseja o atleta, argumentando que ele ainda não tem tempo suficiente de protagonismo. Tudo pode em termos de negócio. O que é preciso por parte dos dois lados é evitar um impasse, uma divergência grande e um litígio como ocorreu tempos atrás.
Agora, não se trata mais de um garoto chamado de Ferreirinha. A importância do atacante dispensa o diminutivo carinhoso no final do sobrenome. Qualquer discussão extracampo pode atrapalhar todas as partes. É hora de priorizar o crescimento técnico que provavelmente elevará o jovem a outros patamares para benefício dele, do Grêmio e de seu agente.