Os jogos deste sábado (24) marcam o final da primeira fase do campeonato gaúcho de 2021. Com fórmula alterada em relação ao ano passado, serão conhecidos ao final da noite os semifinalistas e os rebaixados. As decisões já estão no horizonte com uma possibilidade boa de Gre-Nais na final, embora a brava luta de quatro clubes do interior. Tirando a natural tristeza das equipes que serão rebaixadas, disputar e chegar ao fim de mais um Gauchão na pandemia é uma façanha a ser comemorada. Isto vale para profissionais, clubes e federação.
Submetidos aos inúmeros testes e ao protocolo sanitário, jogadores e treinadores estão podendo trabalhar em meio a uma realidade muito grave do Rio Grande do Sul. Mais uma vez os casos envolvendo o futebol se mostram em número reduzido e com consequências nada trágicas, algo nitidamente relacionado com a testagem intensa. Mesmo que não haja a chamada "bolha sanitária", os índices de covid-19 entre os futebolistas gaúchos, como em 2020, não reflete os números que o estado enfrentou desde o início do Gauchão. Fechar a competição é uma vitória para todos, mesmo os que foram infectados e apresentaram recuperação.
Os clubes, especialmente os do interior, sempre lutaram com dificuldades para sobreviver. Com duas temporadas sem torcida, sem arrecadação das copas dos estádios e de outras fontes de recursos, chega a ser inimaginável estarem aí. Todos se submeteram às decisões das autoridades com a resignação que a hora pedia. Coube aos dirigentes fazerem suas mágicas administrativas e evitarem perda de tempo e energia com discussões pequenas ou rivalidades tolas. Por mais que estejam combalidas as finanças ou desgastadas as agremiações, há um sinal de vida mais normal para 2022 como recompensa.
Coube, dentro de toda a difícil engenharia do Gauchão, à Federação Gaúcha de Futebol, comandada por Luciano Hocsman, reorganizar o certame do ano passado, levá-lo ao fim com méritos e realizar o de 2021. Enquanto outros estaduais viveram jogos suspensos e até transferidos para além das suas divisas, por aqui houve a aposta das autoridades numa flexibilização que mereceu justa discussão no pior momento da pandemia no Rio Grande do Sul. Tal confiança mereceu a não contestação, de jeito nenhum, a horários tardios, falta de jogos nas tardes de domingo para preencher os compromissos com a TV ou até jogos acumulados como aconteceu com o Grêmio. Foi feito tudo da maneira que era possível e estamos indo para o final de uma competição em que o campeão levará a taça, mas em que todos os que participaram são verdadeiros heróis.