Ainda em meio ao abatimento pela perda do Brasileirão por um gol, o Inter teve uma boa notícia na abertura do Gauchão. A vitória sobre o qualificado Juventude, agora de volta à Série A nacional, com um time de garotos, mantém a expectativa colorada de garantir um bom futuro com valores feitos em casa.
A personalidade do jovens como um todo e o destaque de individualidades, como Lucas Ramos, Guilherme Pato, além do já nem tão garoto Daniel, não deixam de animar num início de competição que precisa mais uma vez ser tratada como Copa do Mundo pelo clube.
Não é exagero valorizar ao extremo o Gauchão no Beira-Rio. Ele foi o último título conquistado pelo Inter, no já distante 2016. Neste período, muitos foram os momentos de sofrimento dos colorados, como a queda para a segunda divisão ou as frustrações com os vice-campeonatos da Copa do Brasil e do Brasileirão com finais dentro de casa.
A alegria por uma conquista, ainda que local, passa a ser fundamental para uma retomada. É uma questão de autoestima para toda a instituição. Não é por nada que o ex-presidente Marcelo Medeiros dizia que precisava de "uma tacinha". Ela não veio, mesmo que batendo na trave.
Sem o grau de dificuldade de uma Libertadores ou de um Brasileirão, o Gauchão pode ser um passaporte para Miguel Ángel Ramírez trabalhar com muito mais tranquilidade nas competições mais complicadas. O título estadual quebrará o jejum, aliviará o torcedor, afirmará atletas que precisam de uma primeira faixa e valerá um momento de superioridade diante do rival, algo que se tornou raro nas últimas temporadas.
Foi assim que o próprio Inter, a partir da retomada da hegemonia local, em 2002, iniciou um ciclo que lhe rendeu um Mundial, duas Libertadores e o período mais vitorioso da história.