Não há nada de errado com a instituição VAR. O árbitro de vídeo é uma inovação positiva do futebol e já afirmada. Não há discussão, diferente das orientações da International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol, que criaram verdadeiros monstrengos interpretativos em lances de pênalti ou toques de mão.
Não é esta a questão que precisa ser discutida no Brasil, nem eventuais erros ou critérios ambíguos das arbitragens, seja no campo ou à frente dos monitores. O que está havendo é uma reclamação por vezes excessiva quanto às decisões tomadas pelos árbitros de campo, provavelmente referendadas pelos observadores de vídeo, e que dispensam a consulta às imagens disponibilizadas nos gramados.
Se não surge como solução, há uma dica que não estará ultrajando a regra ou a orientação para as autoridades do jogo. Independentemente de o VAR chamar o árbitro de campo para uma revisão por concordar com a decisão tomada, por que este não pode ir à linha lateral e rever as jogadas? Não se trata de se dobrar a reclamações, mas apenas dar satisfação aos envolvidos nas partidas, sejam no estádio ou ou milhões que ficam diante da televisão.
Se um árbitro está convicto do que marcou, o VAR não ofereceu reparo, mas o clima do campo fica conturbado, basta caminhar alguns metros, olhar uma imagem e provavelmente confirmar o que foi assinalado. Hoje em dia a maior reclamação é pela ida ou não à consulta e não pela ocorrência da discutida irregularidade.
O próprio público ficará mais esclarecido do que está ocorrendo. E não tira pedaço de ninguém, a não ser que os todo-poderosos juízes se achem tão superiores que não admitam rever um lance sobre o qual têm certeza. Basta ratificar e deixar sem argumentos os reclamantes. Isso também, certamente, economizará tempo de jogo.
Os árbitros são humanos e cometem erros, embora sejam infinitamente em menor número do que os acertos. O VAR diminui ainda mais o índice de equívocos. Não custa nada mostrar bom senso, passar uma imagem de humildade e jogar longe a impressão de arrogância que muitas vezes é passada pela arbitragem quando há total indiferença às manifestações dos atletas. Como não há microfones para a autoridade justificar suas decisões, caminhar alguns metros e mantê-la já será um bom sinal. Ou há medo de constatar que houve erro e isso não cabe no ego de quem tem poder absoluto?