O Grêmio era terceiro interessado na decisão da Libertadores e agora, com o título conquistado pelo Palmeiras, já sabe que vai enfrentar os novos campeões da América pela Copa do Brasil. Os jogos finais colocados nos dias 28 de fevereiro e 7 de março, respectivamente, criam um espaço de tempo de quase um mês, a partir de agora, para um planejamento específico, ainda que haja o encerramento do Brasileirão para os tricolores. Os pontos positivos aparentemente são em maior número para o time de Renato Portaluppi com o a decisão ficando mais distante.
Numa fase de algumas contestações dentro do Brasileirão, seja para jogadores ou até contra o treinador, nada melhor do que tempo para que as coisas sejam arrumadas. Até o final de fevereiro, por certo, haverá muito trabalho para que sejam recuperadas as boas fases técnicas de Pepê, Jean Pyerre e Matheus Henrique, para ficar em três jovens e importantes talentos que estão em dívida. No caso do atacante, surgirá até lá a definição oficial sobre sua negociação com o Porto, trazendo certeza se ele jogará e em que condições. Haverá um período bom e jogos importantes para saber se Alisson merece seguir como titular, algo que passou a ser bastante discutido entre os gremistas. A preparação de Maicon, seja por problemas musculares ou pela lesão crônica no joelho, certamente será meticulosamente cuidada para ele suportar, quem sabe iniciar duas partidas em uma semana. Sonhar com a volta de Geromel para o jogo final, porém, se mostra uma demasia. Há também um fator anímico a ser conferido com a esperança que o Palmeiras, campeão da Libertadores, independentemente de ser ou não campeão mundial, ainda mostrará mobilização total para um título menos expressivo. Outra benesse do triunfo palmeirense é que passará a haver G-7 no campeonato nacional e a vaga gremista é uma quase certeza.
Se existem vantagens reais ou projetadas, há uma grande confusão diante do Grêmio, pelo menos até a Conmebol definir como fica a situação dos clubes brasileiros. Sem a garantia do título da Copa do Brasil, há a possibilidade da vaga encaminhada na Libertadores ser na fase preliminar, cujo calendário se confunde com o final do Brasileirão e a decisão contra o Palmeiras. Por certo haverá um acerto de datas, mas é impossível que isto não gere acúmulo de jogos mais adiante, só havendo uma solução: ser campeão. Este é um fardo difícil de carregar. É bom demais decidir, mas não com tal obrigação, o que torna a tensão muito maior. Além disso, os jogos anteriores, no Brasileirão, seguirão tendo toda a importância, praticamente impedindo preservações estratégicas.