Não fosse o erro de Zé Gabriel que redundou no gol do América de Cali, o primeiro tempo do Inter contra os colombianos deveria estar num DVD para Eduardo Coudet mostrar incansavelmente aos seus jogadores. Ali está tudo o que é esperado do seu modelo de jogo. O time saiu tão intenso que não demorou um minuto para fazer um gol. Fluíram jogadas verticais, os cruzamentos fizeram efeito e as individualidades apareceram. Não parecia uma equipe com 10 desfalques. Era um time bem treinado e ambicioso.
Esta atuação modelar não resistiu ao intervalo. O segundo tempo foi de pânico e a salvação foi no que se chama um "gol de xiripa", com desvio na zaga adversária traindo o goleiro. Isto, porém, torna-se menos relevante em função dos três pontos e da liderança que ainda folgou mais com a derrota do Grêmio no Chile. Claro que as correções são absolutamente necessárias, afinal, o futebol ainda é um jogo de dois tempos e o desafio colorado passou a ser render bem nos 90 minutos.
Há de se usar os primeiros 45 minutos da partida, valorizando atuações como as de Uendel, candidatíssimo a desbancar Moisés como titular. O experiente lateral primou pela tranquilidade na hora de subir ao ataque e cruzar com precisão. Em tempo de desfalque de Guerrero até o fim da temporada, Abel Hernández deu a melhor resposta possível. Além dos destaques individuais, as bolas divididas eram coloradas, os passes foram certos e a posse de bola teve fundamento. O Inter deu para si mesmo uma receita que não seguiu na segunda metade da partida e quase que pagou caríssimo por isto.