Tudo ia bem demais para o Inter no primeiro tempo contra o América de Cali. O placar fora aberto no primeiro minuto, ampliado com tranquilidade antes dos 20 e o domínio era total. Sete minutos depois, aos 27, houve uma falha individual de Zé Gabriel na saída de jogo e Marcelo Lomba acabou surpreendido com um chute de fora da área. O terceiro gol, ainda na etapa inicial não foi suficiente para dar tranquilidade. O que se viu no segundo tempo foi uma sucessão de erros defensivos não compensados pelo ataque. Foi excelente o resultado, mas dramática a vitória.
Bateu o pânico na torcida que viu um jogo ganho que estava sendo entregue como no segundo e no terceiro gols do América. Os atacantes do time colombiano em ambos estavam livres. Marcelo Lomba titubeou num deles e a dupla de zagueiros não só tinha problemas ao sair jogando, como postada dentro da área. Rodrigo Moledo está naturalmente desembocado pela falta de ritmo e Zé Gabriel, além do pecado no primeiro tempo, visivelmente estranhou jogar pelo lado esquerdo.
Mas, embora possa e deva ser cobrado por algumas opções e pela queda de rendimento do time no tempo final, Coudet foi sábio no diagnóstico. O técnico reconheceu que é preciso corrigir erros, que o importante foi a vitória e que as correções são mais fáceis quando se está ganhando. O Inter segue líder do grupo na Libertadores, está com a classificação bem encaminhada, mas pecou demais para obter uma vitória que parecia tranquila.
Ficam lições e uma imposição do jogo. Uendel, mesmo envolvido na jogada do terceiro gol do América, merece ganhar a condição de titular da lateral-esquerda, mesmo quando Moisés voltar. Sua presença no ataque pode não ter a energia do ex-jogador do Bahia, mas tem a tranquilidade e a necessária precisão nos cruzamentos que tanto ajuda atacantes como Abel Hernández. Intensidade é excelente, mas qualidade ainda é mais. Junto com Abel, Boschília e principalmente os três pontos, Uendel foi uma baita notícia para os colorados em emio a um grande susto.