Feliz é o treinador que tem mais de uma opção de qualidade para montar seu time, especialmente com um calendário saturado como ficou o brasileiro em tempo de pandemia. O início de temporada gremista foi marcado por duas contratações de alto nível numa mesma posição. Primeiro chegou Victor Ferraz, ainda no final de 2019. Um mês depois foi a vez do anúncio do colombiano Orejuela. Ambos estão muito bem e é difícil dizer qual o melhor, ou quem é o titular. Não há preocupação na lateral direita na Arena. Pois agora há uma outra posição que parecia ser problema e que surpreendentemente apresenta três alternativas muito boas: a extrema esquerda de ataque.
Quando Everton Cebolinha foi vendido, criou-se uma carência técnica que ainda vai ser difícil de preencher. Passado um mês e meio da saída do antigo titular, porém, sua substituição está bem encaminhada em quantidade e qualidade. Pepê já demonstra personalidade e capacidade técnica que o ratificam como reposição natural, algo que até se esperava, mas cuja certeza não podia ser garantida. O gol no Gre-Nal da Libertadores é sintomático disso e manteve até a característica de seu antecessor.
Não bastasse ter Pepê, o Grêmio tomou duas providências interessantes e que enriqueceram muito a disputa da posição. A contratação de Everton junto ao São Paulo deu à equipe um jogador de características diferentes, mas de grande experiência no setor esquerdo. Mesmo que ainda viva um período de adaptação, já deixou uma marca importante com um golaço na decisão do Gauchão contra o Caxias.
A segunda medida tomada pela diretoria tricolor para qualificar o setor ofensivo pelo lado esquerdo foi a renovação do contrato de Ferreira. Independentemente da relação conturbada na negociação, o jovem atacante tem tudo para ambicionar até a titularidade. Ele é a mais fiel continuidade do estilo que já foi de outras pratas da casa como Pedro Rocha, Cebolinha e agora Pepê.
Com time titular ou alternativo, Renato Portaluppi tem três jogadores de alto nível, um a mais do que a bem servida lateral direita, para aquela posição que era para ser uma dor de cabeça depois da perda que teve. Não se conta aí a possibilidade do recém contratado Luiz Fernando também jogar pela esquerda, o que aumentaria ainda mais a fartura. Definitivamente não estão por ali as maiores preocupações do treinador gremista.