No final do primeiro tempo já se teve o sinal, com Pepê colocando a mão na musculatura da coxa esquerda. Mal começou a segunda etapa e ele confirmou a lesão, saindo de campo para dar lugar a Everton. Naquele momento, a preocupação com quem saía era maior do que a expectativa para quem entrava.
Já se tinha a ideia clara de que Renato Portaluppi estava diante de um desfalque certo para o jogo de volta e que a substituição no Estádio Centenário valeria também para o confronto da Arena.
Com o time perdendo rendimento na segunda etapa, Everton e os outros dois que entraram na sequência, Lucas Silva e Thiago Neves, não conseguiram fazer o Grêmio retomar o amplo domínio do primeiro tempo. Foi então que, aos 32 minutos, depois de um escanteio rebatido pela defesa caxiense, o ex-atacante de São Paulo e Flamengo emendou um chutaço de pé direito, de sem-pulo. A bola foi no ângulo, ainda bateu na trave esquerda de Marcelo Pitol e explodiu na rede. A final do Gauchão reservou para Everton seu primeiro gol com a camisa gremista — e o mais bonito do campeonato.
O gol de Everton honrou a camisa que era de seu xará, o "Cebolinha", sacramentou a vitória do Grêmio, fez o time retomar o domínio da partida e matou o Caxias no jogo e no campeonato.
Para seu autor, haverá duas consequências. A primeira é o moral que ele ganha para substituir Pepê a partir do jogo final na Arena, podendo seguir como titular no Brasileirão. É claro que um lance como este abrevia e facilita qualquer adaptação, seja interna, como externa na relação com o torcedor.
De lambuja, o atacante pode ter conquistado o Prêmio Bucha, promoção da RBS TV que distingue o gol mais bonito do Gauchão. Se ele ganhar, será merecido. Foi um arremate raro, com agilidade, direção certeira, força e efeito plástico ao estufar a rede. Além disso, merece peso qualificado ao acontecer numa decisão.