Desde a saída de Roberto Melo do departamento de futebol do Inter no final de 2019 ficou muito claro quem seria o escolhido por Marcelo Medeiros como candidato à sua sucessão. O segundo vice-presidente colorado Alexandre Chaves Barcellos é o preferido.
Melo seria um postulante natural pelo fato de ser responsável pela mais importante vice-presidência do clube e integrante do Movimento Inter Grande, fundado por Fernando Carvalho e que comanda o clube desde 2002. Chaves Barcellos também é do MIG e por isto sempre esteve na frente de uma hipotética indicação do primeiro vice, João Patrício Herrmann, que é do grupo Convergência Colorada.
Há, porém, uma ameaça muito comentada nos movimentos de oposição que garantem que Alexandre Chaves Barcellos seria inelegível porque faz parte da chapa eleita em duas gestões consecutivas. A proibição de uma nova participação em eleição majoritária vem de uma exigência para o Inter aderir ao PROFUT, o programa federal que auxilia os clubes a quitar compromissos fiscais através da modernização nos métodos de administração. Uma das normas é a limitação em dois mandatos para dirigentes eleitos. O estatuto colorado também faz alusão semelhante a reeleições.
Depois de muitos estudos internos, os integrantes do MIG estão garantindo que o Profut não é ameaça, em função de Barcellos não estar concorrendo ao mesmo cargo. O ponto que causa preocupação, embora não admitida, é o estatuto do clube que veda uma segunda reeleição.
A argumentação diante da mesa do Conselho Deliberativo colorado será a mesma, mas os próprios integrantes do movimento situacionista admitem que há a possibilidade de interpretação dúbia no texto estatutário.
Os movimentos de oposição já se mostram dispostos a contestar o nome de de Alexandre Chaves Barcellos como presidenciável, seja no âmbito interno do clube ou até numa ação externa na Justiça Comum. A ameaça é admitida como provável pelos integrantes do Movimento Inter Grande, embora se digam tranquilos.
Uma costura política que envolva grupos próximos da atual gestão é a estratégia que será tentada, seja para garantir a validade da candidatura situacionista ou até para montar a chapa que certamente enfrentará uma ou mais nominatas oposicionistas. A primeira etapa do pleito colorado ocorre no Conselho Deliberativo no próximo dia 25 de novembro.