O Conselho Deliberativo votou na noite desta segunda-feira (4) o novo estatuto do Inter. Mas, mais do que indicar os caminhos do clube para os próximos 20 anos, o que se viu no Beira-Rio foi uma prévia da disputa eleitoral que virá ao longo de 2020. Pelo menos por ontem, a situação - entenda-se o Movimento Inter Grande (MIG) - sofreu um revés, ao ver ser aprovada a cláusula de barreira flutuante nas eleições - ela irá variar dos 15% atuais até 5%, dependendo do número de eleitores. Compareceram 270 dos 340 conselheiros - 79% do total.
Para que você entenda, foram submetidos ao plenários o texto substitutivo (a nova redação do estatuto) e sete destaques. Aqui é que se deu a queda de braço entre as correntes políticas do Conselho. Veja como foram votados os destaques, um a um:
- Eleição para o representante consular — essa mudança era um pleito da oposição, mas o Conselho votou pela manutenção de como é hoje, com a indicação feita pelo Conselho de Gestão (CG). Aqui, uma vitória da situação.
- Mandato do Conselho de Gestão ampliado para três anos — Essa era uma pauta na qual todos fechavam questão. Assim, o presidente e os vices eleitos em 2020 ficarão até o final de 2023 no cargo. O mandato dos próximos conselheiros passa de quatro para seis anos.
- Cláusula de barreira — Havia duas propostas. Hoje, a cláusula é de 15%. Ou seja, para ir ao segundo turno, um candidato precisava fazer 15%, pelo menos, dos votos. No caso do Conselho, as chapas só passavam a fazer cadeiras se atingissem esse mesmo percentual. Na votação, a proposta de extinguir a cláusula foi rejeitada. Mas foi aprovada sugestão de torná-la flutuante - de 15%, para até 10 mil eleitores, até 5% para acima de 40 mil eleitores. Pela média das últimas eleições, estima-se que fique em 12% no próximo pleito. O Inove, de oposição, comemorou a aprovação dessa que foi proposta sua.
- Ouvidoria — Foi aprovada mudança para que o ouvidor do clube passe a ser escolhido por eleição no Conselho Deliberativo. Hoje, ele é indicado pelo Conselho de Gestão.
- Três candidatos no segundo turno — A proposta era de que a partir da próxima eleição para o Conselho de Gestão, passassem três chapas em vez de duas para o pátio, ou seja, com o voto do associado, três chapas. A proposta foi rejeitada. Essa era um pleito da oposição, que perdeu a disputa.
- Eleição do CG — A partir de agora, os cinco integrantes do Conselho de Gestão são eleitos. Até a última eleição, apenas o presidente e os dois vices compunham a chapa. Os outros dois eram conselheiros convidados pelo presidente eleito. Aqui, a situação, entenda-se MIG, perdeu.
- Um sócio no CG — O destaque permitiria que o quinto integrante do Conselho de Gestão não seja necessariamente conselheiro, como é hoje. Bastaria ele ser associado em dia e presente no quadro há mais de 10 anos. Isso abriria espaço para que o investidor Delcir Sonda, por exemplo, integrasse uma chapa. A proposta foi recusada. Vitória da situação, com apoio do Povo do Clube.