Os bastidores políticos do Inter estão agitados com a proximidade da eleição que apontará o sucessor de Marcelo Medeiros. O primeiro turno está programado para o dia 25 de novembro, e as chapas deverão ser inscritas até 30 dias antes, com os cinco nomes dos postulantes ao Conselho de Gestão, que passará a ter um mandato ampliado de dois para três anos.
Alianças são costuradas, e algumas delas passam pela própria gestão Medeiros, integrante do Movimento Inter Grande (MIG), que deverá ter o atual segundo vice-presidente eleito, Alexandre Chaves Barcellos, como candidato.
Do outro lado, surge uma provável chapa com a participação de Alessandro Barcellos, atual vice-presidente de futebol e integrante do Academia Colorada, que alinha suas parcerias do lado da oposição. Esse clima efervescente se tornou uma preocupação no Beira-Rio. Afinal, o debate político pode prejudicar o ambiente interno e chegar ao vestiário.
— A relação com o presidente é das melhores. Ele (Medeiros) estava conosco até o final do jogo, nos ajudando, nos apoiando. Continua com o seu trabalho, na presidência, muito forte junto ao departamento de futebol, e é dessa forma que encaramos esse momento — disse Alessandro Barcellos, em entrevista coletiva na quinta-feira (24).
Nas últimas horas, os rumores de que Barcellos poderia entregar o cargo ou até mesmo ser demitido por Medeiros aumentaram. Até o momento, todos os consultados negam que isso vá acontecer, e surgem algumas teorias: de um lado, se diz que demitir o atual vice de futebol e possível candidato oposicionista é fortalecê-lo para um eventual embate na disputa pela cadeira presidencial. De outro, cogita-se até que deixá-lo exposto seria uma forma de enfraquecimento na corrida eleitoral.
Se ocorrer a saída do vice de futebol, o cargo poderia ficar vago até o final da gestão Marcelo Medeiros. O atual diretor-executivo, Rodrigo Caetano, teria seus poderes ampliados no departamento, assim como ocorreu em 2019, quando ele passou a executar mais funções após a saída de Roberto Melo.
Caetano, aliás, também não tem sua situação definida no clube. Afinal, por ser um profissional contratado, precisa ter seu vínculo renovado — algo que só será definido após a eleição, mas que não o impedirá de manter o trabalho, especialmente em um momento de proximidade com a reabertura da janela de transferências, marcada para o dia 13 de outubro. Marcelo Medeiros concederá entrevista no final da tarde desta sexta-feira.
Em meio ao clima fora dos gramados, o time ainda busca vaga nas oitavas de final da Libertadores e luta para se manter entre os líderes do Brasileirão antes de encarar mais um Gre-Nal, no dia 3 de outubro, e de estrear na Copa do Brasil daqui a pouco mais de 30 dias.