No início de 2011, preparando-se para a disputa da Libertadores da América, o técnico Renato Portaluppi indicou para a diretoria do Grêmio o meia Carlos Alberto, então no Vasco. De enorme talento, campeão mundial pelo Porto de Portugal treinado por José Mourinho em 2004, mas de inúmeros problemas fora de campo, o jogador foi extremamente contestado quando de sua contratação. Renato verdadeiramente bancou o negócio, inclusive com a contrariedade de integrantes da diretoria tricolor.
Dois meses depois de sua contratação, em fevereiro daquele ano, Carlos Alberto foi dispensado. Dentro de campo ele nada apresentou e fora das quatro linhas se envolveu em polêmicas, sendo inclusive afastado dos treinamentos do grupo principal. A responsabilidade do fracasso anunciado recaiu sobre o técnico, embora Renato tenha apoiado a decisão da diretoria em rescindir o contrato do atleta. Passados nove anos, outro meia, Thiago Neves virou motivo de contestação dos próprios gremistas e cobranças novamente para com o treinador.
Thiago Neves está longe de repetir integralmente o caso de Carlos Alberto. Entre eles não há semelhanças de atitudes extra-campo, o que é ponto muito a favor do atual meia tricolor. O que os identifica, além da proteção do comandante que trabalhou com ambos na conquista da Copa do Brasil em 2007 pelo Fluminense, são os fatos de terem gerado polêmica quanto à validade de suas contratações e de renderem pouco, quase nada com a camisa gremista. O ex-meia do Cruzeiro ainda não correspondeu no Grêmio ao que dele se espera. A cada jogo que entra, Thiago preocupa mais quanto ao potencial para vir a ajudar o time. O longo tempo parado, ainda no final do ano passado e no início desta temporada, segue sendo o argumento de Renato para justificar o pouco aproveitamento e o desempenho ainda irregular do jogador.
Renato Portaluppi tem uma infinidade de indicações certeiras e até surpreendentes que deram certo no Grêmio. São desde nomes consagrados, como Léo Moura, a jogadores que estavam desacreditados como Bruno Cortez. Há outros que eram indiscutíveis antes de chegarem e que acabaram não funcionando, como André, Diego Tardelli ou Marinho, o que não chega a ser tão incomum no futebol. Thiago Neves, todavia, sempre foi discutido, mas ainda pode corresponder, desde que não perca mais tempo para não desgastar mais as justificativas do amigo e treinador, por quem o jogador poderia ser grato atuando bem e acabando com as discussões. Isto Carlos Alberto não fez.