
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O Brasil e a China publicaram uma nota conjunta nesta terça-feira (13) manifestando apoio ao processo de negociação de paz entre Rússia e Ucrânia "no menor prazo possível". No documento, os dois países afirmam acolher as propostas apresentadas pelo presidente russo, Vladimir Putin para o início de diálogos entre as partes na quinta-feira (15).
Na mesma nota (veja a íntegra abaixo), os governos destacaram que esperam a negociação seria a "única forma de por fim ao conflito". Além disso, declararam ser essencial buscar uma solução para a crise por meio de um acordo de paz "duradouro e justo", que envolva todos os lados.
Conversas poderiam começar na quinta-feira
Putin anunciou no sábado (domingo, dia 11, em Moscou) que estava disposto a iniciar negociações diretas com a Ucrânia na quinta-feira (15), em um possível processo de paz. A reunião estaria prevista para ocorrer na Turquia.
Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse na segunda-feira (12) que está disposto a negociar, mas ressaltou que só participaria das conversas se Putin estivesse presente, além de exigir um cessar-fogo imediato. Até o momento, Moscou não confirmou a presença do líder russo no encontro na Turquia.
Enquanto isso, o presidente americano Donald Trump insistiu, também na segunda-feira (12), que a Ucrânia deveria aceitar imediatamente as negociações diretas com a Rússia. Já os líderes europeus pressionam Moscou a se comprometer com um cessar-fogo incondicional por 30 dias.
Veja a nota conjunta
Declaração conjunta Brasil-China sobre a crise na Ucrânia
(Pequim, 13 de maio de 2025)
- O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido.
- Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.
- O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.
- Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.
- O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.