Renato Portaluppi usou a expressão "sede ao pote" para explicar por que Thiago Neves, após um tempão só treinando, padeceu dos eternos desconfortos musculares quando o futebol voltou. Segundo apurei, ele puxou além da conta na parte física, na ânsia de recuperar o tempo perdido e dar resposta.
O resultado foi uma estadia forçada na fisioterapia, atrasando sua entrada no time. Não duvido de nada disso, claro. Não teria motivo, inclusive. Mas também é preciso dizer que Diego Souza veio na mesma condição e está voando. Até passou por quarentena de covid-19, tendo de ficar um período afastado.
O fato é que, sem Jean Pyerre, Renato usou Isaque e Thaciano. Thiago Neves virou a quarta opção. Dos reforços para 2020, depois das boas atuações do lateral-direito Orejuela, que estava mal antes da pandemia, o camisa 10 se tornou – de longe – o que mais está devendo.
Victor Ferraz ainda é titular. Caio Henrique voltou para a Espanha. Diego Souza empilha gols. Vanderlei tem feito defesas importantes em momentos decisivos, como no Gre-Nal. Lucas Silva, mesmo sem a mesma mobilidade de Darlan, é ficha 1 para quando Maicon ou Matheus Henrique não tiveram condições. Tem ido bem. Só Thiago Neves ainda não deslanchou. Será que o fará? Aguardemos os próximos capítulos.
OURIVES – Agora que Everton está de malas prontas para a sua aventura na Europa como Cebolinha do Brasil, primeiro pelo Benfica, mas, certamente, em uma ou duas janelas logo ali adiante, em algum tubarão do continente, vale registrar quem o descobriu no Grêmio.
Francesco Barletta e Marcos Biasotto viram um moleque rápido feito raio e capaz de driblar mudando de direção como folha ao vento no Torneio Carpina, em Pernambuco, no já longínquo setembro de 2012, pelo Fortaleza.
Everton veio por R$ 300 mil. Sai por R$ 126 milhões. Uma boa rede de olheiros é um dos melhores negócios do mundo. Fundo de ações nenhum é capaz de valorizar ativos como uma boa garimpagem e ourivesaria de jogadores ainda adolescentes.