O torcedor não esquece. Em 2017, em meio à campanha vitoriosa do Cruzeiro na Copa do Brasil e com bons toques de rivalidade, especialmente com o ex-gremista Luan, o meia Thiago Neves, comemorando um triunfo, foi provocado e não exitou em dizer: "Chupa, Grêmio". Quem quiser conferir, que vá às plataformas de busca. Está lá. Se isso levou ao delírio os cruzeirenses que, um ano antes, haviam sucumbido diante da maior qualidade gremista, calou fundo na alma tricolor.
O que Thiago Neves fez foi imperdoável? Claro que não, foi apenas lamentável. O futebol ainda permite estas demasias de discutível caráter ético. O perdão tanto foi possível que o técnico Renato Portaluppi insistiu nos últimos anos na contratação do jogador, até que a diretoria conseguiu acertar no início de 2020. Para o torcedor, a ferida permaneceu aberta, mas boas atuações com a camisa gremista certamente serviriam para cicatrizar. É esta recuperação que não veio. A carne continua viva e passou a arder mais pois o que era para ser remédio está mais para soda cáustica no machucado.
Thiago é um jogador inteligente, sabe que sua dívida está longe de ser paga, mesmo com um grande aval do treinador, o que já vem rendendo muitas críticas a este. Na final do Gauchão, por exemplo, num clima de jogo decisivo, totalmente apropriado para quem é experiente, o meia entrou perdido e mais uma vez pouco acrescentou. A torcida segue vendo e cobrando muito com toda a razão. Quem um dia disse o que disse sabe que sua carga é mais pesada. Jogar bem não será o bastante. Tem que atuar muito bem. Ir mal impede qualquer tipo de clemência.