Todos vimos a seleção portuguesa vencer a Eurocopa há quatro anos, perdendo Cristiano Ronaldo na final contra a França, em Paris. Os mais antigos lembrarão que o Brasil foi campeão da Copa do Mundo de 1962 jogando sem Pelé desde o segundo jogo do Mundial. Na final da Liga dos Campeões de 2020, porém, é diferente. É impensável o Paris Saint-Germain (PSG) vencer o Bayern de Munique sem Neymar em campo e sem uma grande atuação do brasileiro.
Obrigatoriamente passará pelos pés do ex-atacante de Santos e Barcelona um difícil triunfo do clube francês. O Bayern é mais time, ainda que os 8 a 2 sobre o Barcelona possam dar uma falsa imagem de imbatível ou de "equipe dos sonhos". Não chega a tanto, mas é um timaço, com consistência coletiva impressionante, volume de jogo, talentos individuais e um definidor de exceção: Lewandowski.
Os alemães, acima de tudo, têm casca, camisa e experiência nestes momentos. Que o diga o Lyon, que propôs e até proporcionou um enfrentamento de qualidade e acabou levando 3 a 0.
Neymar tem ao seu lado o talento de Mbappé e a eficiência de Di Maria, jogador de rara capacidade de organizar uma equipe ofensivamente. Para nós, brasileiros, também vale o registro positivo para a segurança de Thiago Silva na zaga e de Marquinhos muito bem na função de volante, consolidando cada vez mais a condição de titularíssimo da Seleção Brasileira no ciclo da Copa do Catar. Isso, porém, não tira de Neymar a necessidade de brilhar para levar seu time ao título.
Para sair campeão do Estádio da Luz, o PSG necessitará de Neymar jogando como melhor do mundo, algo que será referendado automaticamente com o título. Sem um brilho extra de sua maior estrela, o time francês estará fadado a ser mais uma vítima de uma máquina alemã que tem no polonês Lewandowski seu condutor dentro de campo e, por consequência, candidato mais forte ao posto de número um entre os jogadores da temporada.