É muito fácil de resolver o impasse envolvendo a falta de datas para encerramento do campeonato gaúcho. A CBF, sob a inspiração especialmente do futebol paulista, teve o bom senso em reconsiderar a execução da primeira rodada do Brasileirão, permitindo que alguns certames estaduais sejam encerrados. A medida, porém, é incompleta e peca em não permitir, por exemplo, que se jogue a primeira partida final do Gauchão no próximo domingo (9) porque ela não é o chamado "jogo da taça".
Curiosamente, a CBF que foi do paulista Marco Polo Del Nero e agora é de seu fiel sucessor Rogério Caboclo, mudou de posição para contemplar as necessidades do futebol de São Paulo que já tinha fincado pé para não diminuir sua decisão.
Para o Rio Grande do Sul, já há uma data livre no dia 26 de agosto que é certa para a decisão. Falta só um jogo, unzinho. Uma data apenas a ser liberada. Só não será a ocasião da entrega do troféu. Não permitir que isto faça mudar a estreia de Grêmio ou Inter no Brasileirão é preconceito contra o futebol gaúcho.
Por certo a Federação Gaúcha de Futebol não medirá esforços para sensibilizar a confederação, mas nesta hora é preciso que o representante gaúcho dentro da CBF seja o ponta-de-lança neste processo. Ele é Francisco Novelletto, eleito e empossado como vice-presidente da confederação.
Pelo cargo que ocupa, pela proximidade com a direção da entidade e com o passado de presidente da FGF com imensos serviços prestados, ninguém seria mais indicado para seguir defendendo os interesses dos nossos clubes e do nosso campeonato. O dirigente está diante de sua primeira missão de defesa dos interesses daquela comunidade futebolística que ele comandou durante 15 anos.
O Gauchão tem de ser levado ao final com duas partidas. A hora de alterar isto já passou, ou foi perdida. Não devemos sequer perder tempo discutindo quem levaria vantagem com a mudança para final única. Tudo está muito perto de acontecer como sempre mandou o regulamento da decisão.
Só é necessário romper o radicalismo da CBF, e Francisco Novelletto, exatamente o homenageado como o nome da taça do segundo turno da competição, precisa se juntar ao seu sucessor, Luciano Hocsman, atual presidente da nossa federação para mudar a decisão tomada no Rio de Janeiro e que pensou muito nos paulistas e nada nos gaúchos.