Poucos técnicos se esforçam tanto no Brasil para criar um encantamento de suas equipes quanto Fernando Diniz. Ele já virou sinônimo de time ofensivo, de "topa tudo pelo ataque", de busca do gol incessante com muita posse de bola. O treinador do São Paulo, porém, também está se tornando um meme futebolístico por seus insucessos normalmente causados pelo excesso de gols, mas dos adversários.
A filosofia de Diniz é fascinante, mas a execução sucessivamente vem sendo incompleta. Seja pela não aptidão de seu elenco, ou por má orientação, falta equilíbrio às suas equipes, algo que se mostra uma marca negativa do ex-meia que foi treinado por Renato Portaluppi em 2002 no Fluminense. Por certo, naquela época, ele obteve lições de alguém que não abre mão de ter um time ofensivo e intenso. O atual técnico do Grêmio nunca negou sua vocação de atacante, seja como jogador ou no comando das equipes.
O que Fernando Diniz parece não ter aprendido com seu ex-treinador é o modo de equilibrar o time. Renato manda atacar, abafar, trocar passes no campo adversário, mas é maleável para em determinados jogos recorrer a um esquema mais recuado.
Isto chama-se estratégia, a mesma que valorizou o trabalho defensivo tricolor nos últimos anos, consagrando a dupla Geromel e Kannemann e acumulando estatísticas de defesa menos vazada.
Não há harmonia nos setores dos times comandados pelo atual técnico do São Paulo e que surgiu encantando nos tempos de Audax. Por resultados surpreendentes e negativos como o ocorrido diante do Mirassol não permaneceu no Athlético-PR e no Fluminense, onde, sem título, chegou a ser considerado o destaque do campeonato carioca.
Mesmo mais próximo e semelhante no pensamento de futebol, Renato não é o maior mentor de Fernando Diniz, que se mira mais em ensinamentos de Pep Guardiola. O treinador do São Paulo, todavia, deveria dar mais atenção para o que faz seu amigo gremista.
Não que precise abandonar o estilo que tanto adora e que os identifica, mas é hora de fazer concessões, de ser estrategista para um dia ganhar, além de admiradores que volta e meia se decepcionam, algumas taças, algo que o gaúcho acumula por saber equilibrar seu time.