A única novidade das visitas de Francisco Xavier de Vargas Neto aos centros de treinamentos de Grêmio e Inter nos últimos dias foi a presença física do Secretário de Esporte e Lazer para conferir os procedimentos no combate ao coronavírus. As palavras elogiosas proferidas só fizeram eco ao que todos já sabiam há bastante tempo: os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul são exemplos para o Brasil e estão cumprindo os mais rígidos protocolos de saúde para manterem suas atividades. Isto impacta em muito pouco, quase nada, para a volta do Gauchão.
É verdade que o secretário soube diferenciar as medidas exemplares da dupla Gre-Nal daquilo que pode ser o retorno das competições no estado. Visitas às demais localidades envolvidas no campeonato seriam bem mais definitivas para se ter uma projeção de retomada. Há variáveis importantes como as legislações municipais, as bandeiras do distanciamento controlado e, especialmente, as condições para os demais clubes obedecerem aos protocolos de maneira segura. Não há dúvida de que, mesmo com bandeira laranja em Porto Alegre, a realização de um hipotético Gre-Nal hoje representaria um risco pequeno diante da pandemia. Não há, porém, nenhuma garantia de que os demais jogos previstos teriam segurança semelhante.
Se quisermos ter a volta do Gauchão no início de agosto, é bom o governo do Estado ouvir a Federação Gaúcha de Futebol, as autoridades públicas de todas as cidades envolvidas e, se possível, fazer visitas aos clubes do interior, como foram feitas no Luiz Carvalho e no Parque Gigante. Os CTs da dupla Gre-Nal não representam o todo da Primeira Divisão. Menos mal que o secretário parece perceber isto.