O atacante William Pottker, no Inter, só não pode ser apontado como decepção porque tem como argumento de defesa a quantidade enorme de lesões sofridas, muitas delas musculares. Consagrado como fenômeno na Ponte preta, desejado pelo Corinthians, sua virtude estava associada à força para atacar e a capacidade de fazer gols. Artilheiro do Brasileirão em 2016, foi através dos gols que se tornou o melhor jogador do Paulistão 2017, ano em que foi contratado pelo Inter. No Beira-Rio, porém, se mostra irregular na artilharia e nunca definiu ao certo qual sua verdadeira posição no setor ofensivo.
O que se viu, com certeza, é que os gols de Pottker não são frutos de um posicionamento ortodoxo de centroavante. Jogar centralizado não é com ele, muito menos declará-lo "dono da área". Sua característica precisa premiar a força física e as arrancadas pela direita. Surpreendentemente, não são tão notáveis também seus arremates. Visto o que foi apresentado no Inter, afinal, de onde vem a vocação de artilheiro do jogador? Por que não há a regularidade dos tempos de Ponte Preta? É o tamanho dos clubes? Talvez um pouco disto, aliado aos períodos no departamento médico. O que agora é oferecido por Eduardo Coudet para William Pottker, porém, é algo que torna este momento como uma espécie de última chance no Inter , a confiança.
O treinador vê na energia de seu atacante algo que muito lhe agrada no jogo de intensidade que sempre caracterizou suas equipes. Basta o aprimoramento tático com uma parceria com um centroavante e a recuperação da efetividade em finalizações e o Inter finalmente poderá ter, com três anos de atraso, o jogador que esperava ter. O que Coudet deve cuidar, entretanto, é para que não se crie a ideia de que Pottker pode ser a reposição para Guerrero, caso Gustagol seja negociado. Ele está muito mais para parceiro do peruano do que como alternativa. Esta tentativa já aconteceu com outros técnicos e não deu certo. É pouco provável que agora funcione.