Passada a Copa América com o Brasil campeão e entregues todas as premiações paralelas, um anseio tomou conta da torcida brasileira: a de ver Everton e seus dribles desconcertantes atuando junto com Neymar.
Nos primeiros amistosos após a competição, não houve a convocação do atacante do Grêmio, destaque entre as individualidades e artilheiro da competição sul-americana, em função de compromissos do clube da Copa do Brasil. O craque do PSG jogou, o sonho dos dois juntos foi adiado e dado como certo para se realizar em outubro — até porque houve apenas empate com a Colômbia e derrota para o Peru em setembro. Frustração geral.
Tite tem toda a razão quando fala em "oportunidade" ou "meritocracia", mas deixa em dúvida a aplicação destas palavras quando tem a chance de escalar Everton com Neymar e o deixa fora do time. Ninguém nos últimos tempos tem mais méritos na Seleção para reivindicar uma titularidade quanto o Cebolinha. O próprio treinador já falou que pode mudar posicionamentos na equipe, o colocando pela direita ou deslocando Neymar. O momento, portanto, é oportuníssimo. Ainda não estamos vivendo as Eliminatórias, há tempo para experimentar, corrigir, errar e tirar dúvidas. Iniciar o jogo com Everton e Neymar é chamar a torcida, é satisfazer uma vontade sem cometer qualquer absurdo tático.
Se há dúvida em quem pode sair da equipe para premiar Everton, retire-se Gabriel Jesus, que, mesmo se apresentou recuperação em relação ao desempenho pífio na Copa do Mundo, segue sem ser titular absoluto em seu clube e foi coadjuvante do atacante gremista na Copa América. Improvisar ou deslocar atletas de alto nível para poderem jogar juntos quando atuam num mesmo setor é uma lição que Tite sabe muito bem. Se não sabe, evoque mestre Zagallo em 1970.