Quem manda no futebol sul-americano é o Brasil. No Maracanã lotado, a Seleção venceu o Peru por 3 a 1 e conquistou seu nono título da Copa América. Quando joga em casa, ganha sempre. Everton, Gabriel Jesus e Richarlison marcaram os gols, Guerrero descontou.
Para repetir o futebol apresentado na goleada da primeira fase, seria importante encontrar um gol no primeiro tempo. Só que o início do jogo foi de um adversário arrojado, sem medo de marcar em cima, impedindo a Seleção de armar as jogadas desde o campo de defesa. Por isso, demorou mais de 10 minutos para o time de Tite entrar no jogo e se impor. E logo que fez, abriu o placar.
Aos 15, a jogada começou pela direita, como sempre o lado de segurança do Brasil. Gabriel Jesus dominou pela ponta, fez o que quis com Trauco e cruzou. A zaga peruana se preocupou demais com Firmino, Advincula errou a leitura do lance e Everton, sozinho, bateu de primeira para vencer Gallese: 1 a 0.
O gol causou exatamente o efeito que Tite queria. Com a vantagem no placar, o Brasil se sentiu à vontade no Maracanã. Entendeu a superioridade que tinha e passou a administrar a partida, mas sem "sentar" no resultado. Era um domínio ofensivo, buscando ampliar o placar e resolver tudo sem sustos. Aos 23, teve uma chance claríssima. Pelo lado esquerdo, Alex Sandro e Firmino tramaram até que a bola chegou a Coutinho, mas seu chute passou ao lado da trave.
O problema de um jogo controlado mas de pouca vantagem é o que pode ocorrer em um lance isolado. Estava quase no final do primeiro tempo, a seleção peruana avançou pela direita e, em uma tentativa de cruzamento rasteiro, a bola bateu no braço de Thiago Silva. Pênalti marcado por Roberto Tobar e confirmado após rever o lance no VAR. Aos 44, Guerrero bateu com categoria e empatou.
Menos mal para o Brasil que a resposta foi imediata. Antes mesmo do intervalo, voltou a frente no placar. E o gol foi ao estilo pedido por Tite. O Peru tentava sair de trás mas Firmino foi dedicado para dar um carrinho certeiro no meio. Arthur apanhou o rebote e conduziu em direção à área. Gabriel Jesus se desmarcou e recebeu, aproveitando-se da queda de Zambrano, que se desequilibrou. Com calma, o centroavante do Manchester City tirou de Gallese e fez 2 a 1.
O Brasil voltou ainda mais confiante no segundo tempo. Principalmente pelo crescimento de Philippe Coutinho. O meia foi responsável pelas jogadas ofensivas do time. Aos cinco minutos, quase marcou batendo forte, ao lado da trave. Aos oito, ele arrancou do campo de defesa, passou por três adversários, mas na hora de bater, foi travado. Na sequência, Jesus deu para Firmino bater mal, para fora.
O terceiro gol não saía e enervava o time, dando confiança aos peruanos. Não que houvesse grande pressão, mas o cenário do primeiro tempo ainda estava vivo na memória. Em faltas laterais próximas à área, assustava Alisson e a defesa.
Para dar um tempero ainda mais dramático, Gabriel Jesus cometeu uma falta na lateral e o árbitro entendeu que era de cartão amarelo. Como já tinha, foi expulso. O Peru, então, atirou-se ao ataque. Teve uma chance em um de Carrillo, defendido por Alisson, e outra em uma pancada de fora da área, que passou próxima à trave.
Aos 43, Everton arrancou pelo meio, entrou na área e trombou com a defesa. Roberto Tobar marcou pênalti, reviu no VAR e confirmou. Richarlison, que havia ingressado pouco antes, bateu e liquidou a fatura. A América é do Brasil mesmo.
COPA AMÉRICA — FINAL — 7/7/2019
BRASIL (3)
Alisson; Daniel Alves, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro e Arthur; Philippe Coutinho (Militão, 31'/2ºT), Everton (Allan, 47'/2ºT) e Gabriel Jesus; Firmino (Richarlison, 29'/2ºT).
Técnico: Tite
PERU (1)
Gallese; Advincula, Zambrano, Aram e Trauco; Tapia (González, 37'/2ºT), Yotún (Ruidiaz, 33'/2ºT), Flores, Cueva e Carrillo (Polo, 40'/2ºT); Guerrero.
Técnico: Ricardo Gareca
Gols: Everton (B), aos 15, Guerrero (P), aos 43, Gabriel Jesus, aos 47 minutos do primeiro tempo; Richarlison (B), aos 44 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Gabriel Jesus (B); Advincula, Zambrano e Tapia (P)
Cartão vermelho: Gabriel Jesus (B)
Público: 69.906 (58.504 pagantes)
Renda: R$ 38.760.850
Arbitragem: Roberto Tobar, auxiliado por Christian Schiemann e Claudio Rios. VAR: Julio Bascuñan (equipe chilena)
Local: Maracanã, Rio de Janeiro