A melhor coisa que pode ocorrer para Odair Hellmann e para o Inter ás vésperas da decisão do Gauchão é a certeza sobre a presença de Rodrigo Dourado no clássico Gre-Nal. Assim, a indefinição mantida pelo treinador não passaria de um dos tantos mistérios que marcam a história do clássico e as decisões do Gauchão. Caso contrário, se realmente a situação do volante é delicada e ele pode ficar fora do jogo, o sono do treinador pode ser prejudicado.
A equipe, sem seu capitão, é outra, como ficou claro no confronto contra o Palestino.
A ausência do dono da braçadeira até não é problema. Ela passará naturalmente para o braço de D'Alessandro, que durante anos a usou e que ainda segue como grande liderança colorada. O problema está na questão técnico-tática. Além de ser um dos melhores do Brasil em sua posição, conforme se viu nas premiações do último Brasileirão, Rodrigo Dourado é o ponto de equilíbrio no meio-campo do Inter, seja como protetor da defesa ou como quem inicia as jogadas. Some-se a isto o desprendimento para chegar à frente e ser importante na bola aérea. Sua reposição, seja por Rithely ou por Rodrigo Lindoso, deixa a desejar. É de se acreditar que todos os esforços, e mais um pouco, estão sendo feitos por médicos e fisioterapeutas para colocar o titular em campo.
As estatísticas recentes mostram quase uma dependência em relação ao jogador. No ano passado, houve a coincidência de derrotas coloradas no campeonato brasileiro com a falta do volante no time. Na última terça-feira (9), Dourado deixou o campo com o placar de 2 a 0 e o time desmorona no meio-campo, perdendo o domínio do setor, cedendo o empate ao Palestino e tendo que reequilibrar a partida com as mudanças de Odair em outras posições.
Num Gre-Nal tão equilibrado e em alto nível, Rodrigo Dourado como desfalque é uma perda significativa, quase dramática para os colorados, criando uma vantagem inesperada ao Grêmio. Entretanto, tudo pode não passar de mais um mistério na história do confronto que vai completar 110 anos em julho.