Se está começando este texto buscando algum tipo de terra arrasada, informo que não encontrará nada disso por aqui. O futebol profissional movimenta muitas camadas, é preciso ter calma em momentos impactantes como o da última segunda-feira. Isso não significa estar cego em relação a acontecimentos cruciais para o resultado do jogo, apenas a tentativa em manter o máximo equilíbrio do ambiente em uma temporada que está começando.
Não esperava que o time queimasse tão cedo todo o seu crédito com o torcedor. A partir de agora, o ambiente colorado mudou da água para o vinho. O Beira-Rio que tinha um ambiente tranquilo e confiante ficou para trás. Não há exagero nisso quando acontece uma eliminação humilhante como foi para o Juventude. Além disso, a atual gestão, desde a reeleição sabe que anda em corda bamba constantemente. Alessandro Barcellos e sua equipe não trabalham com margem para erro. A torcida não tem mais paciência, o que é compreensível.
Tudo começa pelo treinador. O mesmo Eduardo Coudet que foi exaltado pelo desempenho do time precisa aguentar as críticas pesadas por não conseguir tirar o melhor dos seus jogadores. Coudet teve dois jogos para entender qual a forma de jogo do adversário. Esse fator é inadmissível. O Inter não mudou nada em relação ao jogo de Caxias do Sul. O que o treinador colorado ficou fazendo durante a preparação da equipe para esse confronto? Por que Coudet não encontrou nenhuma variação tática para utilizar em meio aos noventa minutos?
Onde estava a direção colorada para fazer essas cobranças ao técnico do grupo? Aqui desse lado, como torcedor, parece óbvio que o time precisava entrar diferente em campo. O primeiro jogo evidenciou a tática abordada por Roger Machado. É papel do dirigente tentar entender junto a comissão técnica que medidas serão usadas para fazer o elenco render.
Por último, desempenhos individuais concretizaram o fiasco em pleno Beira-Rio. Se todo processo citado anteriormente não funcionou, alguns jogadores potencializaram a dificuldade encontrada na partida. O desequilíbrio de Mauricio na reta final de um jogo decisivo é preocupante. Naquela reta final, o jogador colorado tirou qualquer chance do time em reagir e buscar o empate. O Inter estava crescendo no jogo e ser expulso por agressão não pode ser normalizado. Assim como bater penalidade com displicência. Robert Renan menosprezou o sonho do torcedor colorado. O erro faz parte do futebol. Acontece. Mas tem que errar com dignidade. A "cavadinha" deu a eliminação tons de crueldade.
A pressão voltou ao ambiente do Inter. Queremos respostas imediatas. Ainda é possível acreditar em um time que tem jogadores extremamente qualificados. Mas todos os participantes desse processo devem ser cobrados fortemente. Todas as condições para um trabalho de alto nível foram disponibilizados. Não chegar à final do Gauchão tirou toda a estabilidade colorada. Novamente, começamos do zero.