Na atual temporada e nos últimos anos, o Inter não tem atuado de forma exemplar em relação a sua categoria de base. É um problema que tem se repetido e, historicamente, sempre foi fundamental no processo de um clube vencedor como o Inter. Sinceramente, não sei o que acontece no Beira-Rio para que essa situação continue sem dar grandes respostas ao torcedor.
Óbvio que alguns nomes surgiram nos últimos tempos. Mas em nenhum momento tivemos atletas que chegassem ao futebol profissional com capacidade e tamanho para protagonismo nacional e quem sabe internacional. Está no DNA colorado a revelação de grandes nomes. Claro que isso não acontece de uma hora para outra, mas faz muito tempo que não vemos um Rafael Sóbis surgir no Celeiro de Ases.
Nos principais títulos da nossa história, fomos presenteados com jogadores que desequilibraram. Podemos ir até os anos 70 com o talento e a elegância de Paulo Roberto Falcão, que ajudou o Inter a conquistar o Brasil, ao malabarismo e lisura de Alexandre Pato no Japão, quando vencemos o Mundial. Esses nomes foram criados dentro do Beira-Rio e foram peças fundamentais nessas campanhas.
Atualmente, não cobro nem um craque. Mas pelo menos que tenhamos jogadores da base atuando na equipe principal. Em alguns casos, gastamos energia trazendo atletas medianos de outros clubes e deixando de dar espaço para aqueles que estão na nossa própria casa.
Ir ao mercado faz parte do futebol. Esse recurso é fundamental e, frequentemente, cobramos os responsáveis pelo futebol do clube a trazer nomes relevantes. Porém, é preciso mesclar com a categoria de base. Os jovens criados no clube têm na veia o que representa a camisa do Inter e sabem melhor do que ninguém sobre qualquer corredor do estádio. Eles são os responsáveis por representar da forma mais genuína o sentimento do torcedor dentro de campo.