Gisele Bündchen é uma celebridade respeitada e querida no mundo todo, ainda mais aqui no Rio Grande, onde nasceu. O que escrevo a seguir, então, não carrega ódio e nem qualquer sentimento negativo. Adoramos Gisele. Ela merece tudo bom. Só que poderia ter sido mais precisa na defesa de uma amiga modelo que está sendo linchada por criticar a vacinação.
Trata-se da holandesa Doutzen Kroes, que foi para as redes sociais dizer que ninguém pode ser julgado pelo seu estado de saúde. Kroes defende uma tese certa, mas com o exemplo errado. Se uma pessoa pode evitar que ela mesma fique doente e que transmita essa doença para os outros, o conceito de liberdade muda de desenho. Não é sobre “ik”(eu, em holandês, mas sim sobre “wij” (nós, em holandês)
Gisele também se apresentou nas redes para defender a amiga, que enfrenta uma avalanche de haters digitais. Um dos argumentos da gaúcha mais famosa do mundo: “Me entristece ver todo o julgamento e a falta de empatia no coração de tantas pessoas”.
De novo, uma tese correta, mas no contexto errado. Falta empatia sim, mas também em quem acha que a vacina é uma questão individual. Não é. Liberdade do indivíduo só faz sentido se inserida em um sistema social, que é coletivo. Ninguém tem o direito de se omitir quando a saúde dos outros está em jogo.
Gisele tem razão em muitas coisas, principalmente quando critica o ódio, que nada constrói. Quase sempre, convencer é bem melhor que vencer, nos ensinam o dicionário e o bom senso.