Nem precisava ouvir o ex-ministro Eduardo Pazuello falar. Quando ele entrou na sala da CPI da Covid, sua hierarquia de lealdades ficou nítida, pela roupa que usava. Em vez da farda de um general da ativa, optou pela gravata do mundo civil.
Essa era uma dúvida que alimentava debates e polêmicas antes do depoimento. Era um sinal definitivo do que se proporia a fazer: defender um projeto de poder ou defender um projeto de Nação. Escolheu a primeira opção. Mesmo assim, não por acaso, foi chamado várias vezes de general.
A exposição de Pazuello é a reafirmação da relevância de uma lição aprendida palas Forças Armadas depois de 1964. Oficiais da ativa não combinam com cargos políticos em governos, de qualquer orientação ideológica. Justamente pelo risco desse conflito de lealdades que deixa inquietos e constrangidos vários dos colegas de farda do general que foi chamado de mentiroso diante do Brasil.