Não é de hoje que o ministro Ricardo Salles é alvo de críticas, no Brasil e mundo afora. Virou símbolo do descaso com o meio ambiente, área da qual deveria cuidar. Esse não é, porém, o motivo principal da operação da Polícia Federal, que, com o aval do ministro do STF Alexandre de Moraes, realizou buscas e apreensões em endereços vinculados ao homem da boiada.
Salles desafiou a Polícia Federal e o Ibama ao intervir, em nome dos desmatadores, em uma apreensão de madeira que culminou com a saída do superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva. Nesta quarta pela manhã, logo que as primeiras notícias sobre a operação contra Salles foram divulgadas, Saraiva tuitou: “Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta”.
Mais do que uma resposta direta a Salles, a ação da PF é um recado de motivação política ao presidente Jair Bolsonaro. Há setores da instituição que não se dobrarão a qualquer tentativa de intervenção. Às arvores da floresta realmente agradecem, mesmo que sua participação seja secundária.
Assim, depois do STF, do Congresso, do vírus chinês, da França, da mídia, da Alemanha, do Ibama, das universidades federais, das emas, dos artistas, dos governadores, de Sergio Moro, de Luiz Henrique Mandetta, da vacina, de Joe Biden, da máscara e do Alexandre Frota, os bolsonaristas radicais têm mais um inimigo poderoso a se somar à alegada conspiração contra a Pátria: o que logo carimbarão como “a banda comunista e malvada” da Polícia Federal.