Podem me acusar de tudo, menos de inimigo do futebol. Praticamente nasci dentro de um estádio e as idas ao jogo são parte das memórias afetivas de infância. Até hoje, torço pelo meu clube, do qual sou sócio. Mas agora, enquanto as UTIs estão lotadas e milhares de pessoas morrem no Brasil e no mundo, vítimas de uma doença que a gente não conhece direito, não tenho vontade de torcer.
Se é verdade que o futebol é mesmo alegria, vamos deixar para depois. Compreendo a relevância econômica do esporte, os empregos que gera e tudo mais. Minha opinião é pessoal. Se quiserem voltar com os jogos, ok. Mas, no momento, meus interesses são outros. Respeito quem pensa diferente e não considero que estejam errados. Há várias formas de ver os fatos e todas podem ser corretas. Mas não me imagino dando pulos de alegria depois de um gol do meu time, assim como é deprimente a ideia de realizar disputas sem torcida. Vou além: se eu fosse jogador, teria vergonha de vibrar depois de um gol nesse momento. Futebol sem torcida, sem vibração e sem alegria não é futebol. Pode ser que tudo mude daqui a alguns dias. Mas hoje, melhor deixar para depois.