O diretor teatral Bob Bahlis lamentou a morte de Elena Quintana, sobrinha-neta de Mario Quintana. Leia o relato:
"Quando conheci a Elena Quintana, fazíamos teatro de rua em grupos diferentes, mas sempre estávamos próximos. A Elena foi uma grande diretora de teatro. Isso foi em 1989, quando ainda era ator e ela diretora. Uns 10 anos depois, aconteceu o nosso reencontro, quando juntos montamos o quarto do Mario Quintana, no segundo andar da Casa de Cultura.
Sempre gosto de lembrar que aquele quarto é uma réplica do quarto do antigo hotel do jogador Falcão e não do Hotel que um dia foi a Casa de Cultura, que o Mario também morou. A Elena contava grandes histórias do tio escritor, do convívio entre eles. Era muito amor envolvido naquela relação. Foi para ela que o Mario Quintana deixou os direitos autorais de sua obra literária. E ele acertou, pois a Elena preservou muito bem o legado do nosso mais querido poeta brasileiro. Um dos momentos mais emocionantes foi no dia em que ajudei-a a organizar as coisas que iriam para o quarto e chorei ao ler os escritos do Mario Quintana, ver suas roupas e objetos pessoais.
A Elena tinha o poder da palavra, da fala. Sempre relacionava assuntos com obras de arte e com a própria escrita do Tio Mario, como ela se referia. Elena era poesia. Fico muito triste pelos momentos que perdi nos últimos anos, por não ter convivido mais com ela, mas a ligação em pensamentos sempre aconteceu e acontece.
E nessa última terça gelada no velório da Elena, encontrei meus amigos do final dos anos 1980, do grupo de teatro dela, e me deu uma esperança tão grande, quando soube que um sobrinho neto dela, criança, disse que pegaria um foguete para chegar no céu e trazer eles de volta. Pura poesia familiar e enquanto isso, HÁ VIDA INTELIGENTE NA TERRA! Elena e Mario divirtam-se."