Muitos animais e pessoas convivendo livres num mesmo ambiente pode ser sinônimo de conflito. Na última quinta-feira, 28, publicamos o desabafo de um leitor sobre a enorme quantidade de cachorros soltos em parques de Porto Alegre, o que provocou outras manifestações de leitores preocupados com o cenário. Diante disso, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade enviou nota à coluna para informar que equipes de fiscalização atuam frequentemente nos parques fazendo abordagens com os donos de animais, orientando sobre a obrigatoriedade do uso de coleira e guia ou focinheira, e alertando para a importância do recolhimento de dejetos.
Mas a preocupação maior é de que cães e humanos convivam em harmonia, respeitando espaços e, principalmente, sem riscos à saúde e segurança de ambos.
O especialista em psicologia canina Roberto Mayer alerta para os perigos que os cachorros correm ao andarem soltos nas ruas. Em um descuido, pode haver uma disputa de território com outro cão e, nesse caso, a confusão é garantida. Sem contar os que podem fugir, serem atropelados, roubados ou recolhidos por alguém que, na intenção de ajudá-los, acabam afastando-os ainda mais do dono.
– Nos parques, o cachorro pode se distrair com barulhos e cheiros diferentes, tentar correr atrás de outros animais e se distanciar rapidamente do proprietário. Se ele estiver na guia, será mais fácil de controlar qualquer situação inesperada – comenta.
Mayer também orienta sobre o risco de aproximação sem o dono conhecer o comportamento do outro cão:
– O seu cachorro pode ser pacato, mas ele pode encontrar um outro não tão amigável e acabar brigando. Cães têm condutas diferentes na rua, são mais possessivos com os proprietários e têm instintos de liderança e sobrevivência.
Além disso, nem todo mundo tem obrigação de gostar de ser abordado por um animal na rua, ainda que dócil. Algumas pessoas possuem traumas e medo, até mesmo, de cães de pequeno porte. Outras, simplesmente, não gostam deles ou podem se assustar por estarem distraídas e acabar tento alguma reação violenta, ainda que involuntária.
– Eu amo animais, trabalho com eles diariamente e sei como controlar uma situação de risco. Mas é importante ter a consciência de que parques são locais públicos e precisamos respeitar leis e regras. Tem espaço para todo mundo.
Proteja seu pet
Outra dica importante no cuidado com o seu animal de estimação é o uso da plaquinha de identificação. Ela é colocada na coleira com o nome do cachorro e telefone de contato do responsável. O microchip é mais uma opção. Colocado sob a pele do animal, possui um código de identificação com todas as informações dele e do proprietário. Seu pet também pode usar a coleira com GPS e sistema Wi-Fi, geralmente compatível com IOS e Android, que delimita uma área de acesso e, caso o animal ultrapasse, você será notificado através de e-mails, mensagens ou aplicativo. Qualquer seja a escolha, o importante é garantir a segurança do seu animal e das pessoas que estão a sua volta.
Confira a nota da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade na íntegra:
"A diretoria geral dos Direitos Animais orienta que é necessário que sejam seguidas regras que assegurem a todos a tranquila circulação nas cidades. Equipes de Fiscalização e Educação Ambiental atuam rotineiramente nos parques fazendo abordagens com os donos de animais, orientando sobre a obrigatoriedade do uso de coleira e guia ou focinheira, no caso de cães de perfil bravio e de grande porte, alertando, ainda, para a importância do recolhimento de fezes, procedendo ao correto descarte. (...) É importante ressaltar também que a equipe atende também demandas pelo 156 – Fala Porto Alegre, cujo foco sejam animais domésticos, incluindo denúncias de cão sem guia nos parques e praças".