Ao passo que tem mais gente morando em apartamentos em Porto Alegre, e que estes apartamentos estão cada vez menores, torna-se mais importante haver locais seguros para os cachorros correrem livres, leves e soltos – e gastarem a energia acumulada durante o dia de clausura. Há pelo menos cinco cachorródromos em Porto Alegre, espaços cercados onde é possível livrar o pet da coleira e deixá-los interagir com outros da espécie.
– Aqui, os cachorros podem ser cachorros – destaca o freelancer de produção de conteúdo Fabiano Tissot, 36 anos, que sempre que pode leva o seu American Bully ao recém inaugurado cachorródromo do Parque Moinhos de Vento (Parcão), no bairro Moinhos de Vento.
No Parcão, o espaço dedicado ao lazer dos cães – localizado do outro lado da Avenida Goethe, próximo à Escola Estadual Uruguai – conta com lixeiras, bancos, bebedouro e um gramado que, de forma geral, está bom, mas já há partes mais ralas, onde o barro toma conta. Além disso, o local tem duas entradas e, em cada uma, dois portões para evitar problemas com cachorros fujões.
– Sem o cercado, o pessoal tinha receio de soltar o cachorro e ele se perder na rua, ou ir embaixo de algum carro, então o portão duplo ajuda – conta o marítimo Guilherme Smaniotto, 23 anos, que passa uma hora e meia com a Sal, sua Samoieda de cinco meses.
O Parque Germânia, no Passo D’Areia, foi o primeiro local a ter um espaço dedicado à diversão dos cachorros, implantado em 2013. O local, apesar de não ser muito largo, é extenso, acompanhando a descida de quem entra no parque pela Avenida Ferdinand Kisslinger. Além de lixeiras espalhadas pela área, há bancos, bebedouro e brinquedos para os cães.
A manicure Mariele Nascimento, 27 anos, procura levar a Lauri, sua cachorrinha de três anos, ao cachorródromo do Germânia sempre durante a semana. Segundo ela, o único problema é o acesso ao espaço:
– Eu venho aqui há um ano, acho a estrutura bem completa, mas o portão não é seguro. Como só tem um portão, é muito fácil para os cachorros fugirem quando alguém entra ou sai – conta.
Inaugurado em 2014, o cachorródromo da Praça da Encol, no bairro Bela Vista, além de ter bancos e lixeiras, possui diversos obstáculos espalhados pelo local para fazer a diversão da cachorrada. O espaço agrada o agricultor Carlos Eduardo Petry, que tem um cachorro de grande porte:
– Esse espaço fica mais interessante para os cachorros grandes. Não posso deixar o meu solto na praça.
O agricultor comenta que sente falta de um bebedouro e da manutenção do local.
– Acho que deveria ter água, a gente pega galões e vai até uma torneira encher, porque não tem aqui. E poderia ter mais grama, no início, tinha bastante e foi se perdendo por causa dos cachorros, aí ficou assim e não mexeram mais. Quando chove, não dá para usar, é puro barro – relata.
No início do ano, o cachorródromo que fica junto ao Viaduto dos Açorianos, na Cidade Baixa, foi inaugurado após reivindicações de um grupo de moradores que ficou insatisfeito com a remoção da cerca ao redor do Monumento aos Açorianos – a área fechada funcionava como um cachorródromo informal, onde o pessoal que passeava por ali podia soltar os cachorros da coleira.
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Atualmente, o local conta com duas lixeiras do lado de fora, portão duplo e não há bancos, nem obstáculos para os cachorros brincarem. Uma parte do cercado está um pouco danificada – em razão do temporal de 29 de janeiro – mas não há perigo de fuga dos cães.
O técnico de informática Leonardo Magalhães de Lima, 52 anos, frequenta o cachorródromo dos Açorianos com seu pet há três meses, três vezes ao dia, todos os dias da semana, deixando de comparecer ao local somente quando chove.
– O espaço é ótimo! Sinto falta só de um bebedouro. A localização é boa, bem central. Essa área cercada é boa para os próprios cachorros, aqui eles podem brincar e correr sem perigo – avalia.
Ainda que não tenha sido inaugurado oficialmente, o cachorródromo da Praça Brigadeiro Sampaio, no Centro, já está sendo utilizado. Mesmo sem lixeiras, bancos, bebedouro ou, até mesmo, brinquedos para os pets, Tiago da Rosa Nunes, 34 anos, leva o Tchuly, de dois anos e meio, ao local desde que o espaço foi cercado, há cerca de dois meses.
– Do meu ponto de vista, do jeito que está assim, está bom. Antes, não tinha cercado, aí ficava ruim porque os cachorros não podiam ficar soltos – opina.
Segundo a SEDA, a inauguração oficial do cachorródromo da Brigadeiro Sampaio ainda não tem data confirmada. Após essa entrega, também será instalado um espaço de lazer para os cachorros no Parque Farroupilha, onde ficava o antigo minizoo.
De acordo com a secretaria, por questões sanitárias, nem todos os espaços possuem bebebouros, mas todos possuem lixeiras (com exceção do cachorródromo da Brigadeiro Sampaio, que não foi entregue ainda). Os cachorródromos são mantidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM), que é a responsável pela manutenção das praças.
A reportagem de ZH entrou em contato com a SMAM, que não deu retorno.