Depois de algum tempo, fui correr na avenida Beira-Rio. Lindo ver aquela miríade de bebês, idosos, cães, casais, skatistas e ciclistas. Ciclistas. Divido-os em dois grupos:
1. Passeadores: pedalam em velocidade baixa, curtindo a paisagem e o dia.
2. Corredores: organizados em grupos, geralmente uniformizados, voam em alta velocidade entre as pessoas.
É inquestionável a importância da democracia no uso dos espaços públicos, mas desse jeito não dá. Impossível conciliar, no mesmo asfalto, velocistas em duas rodas – por mais cuidadosos que sejam – com crianças ziguezagueantes.
Por isso, não me surpreendi ao ler a notícia da mulher atropelada por uma daquelas bikes de quatro lugares. A vítima teve uma fratura exposta. Poderia ser pior, se tivesse sido atingida por uma bicicleta de corrida.
Antes que aconteça o óbvio, cabe aos cidadãos e ao poder público organizar o uso da Beira-Rio. Estabelecendo horários para diferentes públicos ou fiscalizando com rigor o uso dos espaços para práticas distintas.
A cidade é de todos. Mas quando todos juntos querem fazer tudo ao mesmo tempo, a cidade vira de ninguém.