Aquaman (2018), que a Temperatura Máxima da RBS TV exibe neste domingo (27), às 13h15min, é como se fosse um desfile de Carnaval, mas em versão aquática e super-heroica.
Trata-se da primeira aventura solo do personagem criado em 1941 para os quadrinhos da editora DC, pelas mãos do roteirista Mort Weisinger e do desenhista Paul Norris. No papel, está Jason Momoa, o eterno Khal Drogo da série Game of Thrones, que havia estreado como Aquaman fazendo uma pontinha em Batman vs Superman (2016) — depois, o super-herói integrou a Liga da Justiça no filme homônimo de 2017. O ator estadunidense empresta seu inegável carisma para a caracterização de Aquaman como uma mistura de rei bárbaro e surfista marrento.
O filme conta uma história de origem, mas que começa antes mesmo de o herói nascer. Em uma noite de tempestade, o faroleiro de origem maori Tom Curry (Temuera Morrison) resgata dos rochedos à beira-mar uma mulher ferida. É Atlanna (Nicole Kidman), princesa do mítico reino submerso de Atlântida. Ela desertou para evitar um casamento arranjado. Tom e Atlanna se apaixonam e têm um filho, Arthur, que a mãe vê como predestinado a unir os dois mundos, o da superfície e o das profundezas.
Porém, quase 30 anos depois, Arthur virou um super-herói relutante. Combate piratas e salva vilarejos, mas parece curtir mais entornar litros de cerveja e puxar briga em bar. Aquaman terá de ser mais sério e nobre quando o atual rei de Atlântida, Orm (Patrick Wilson) — que vem a ser seu irmão mais novo —, conspira para uma invasão marinha aos continentes. Quem faz o alerta é a princesa Mera, interpretada por Amber Heard. Outro desafio será encarar a sede de vingança do vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II).
Um dos acertos do filme é não ter vergonha de equilibrar os aspectos épicos de Aquaman com seu lado — por que não dizer? — ridículo. Aliás, uma inspiração declarada são as aventuras de Indiana Jones: o personagem viaja pelo mundo (o fundo do mar, uma cidadezinha antiga na Itália, o deserto do Saara) para desvendar enigmas e enfrentar perigos, mas tudo é temperado pelo humor. E tudo é muito colorido, a começar pelos figurinos, em geral brilhantes e extravagantes. Por vezes, parece que estamos vendo um desfile aquático de Carnaval, com monstros marinhos no lugar de carros alegóricos.
Quem comanda essa Sapucaí atlante é James Wan, cineasta australiano nascido na Malásia que é uma espécie de Midas: (quase) tudo em que ele toca se transforma em ouro. Em 2004, ele lançou a franquia Jogos Mortais, do chamado torture porn, que explora o sadismo do espectador. Em 2011, foi a vez de outra cinessérie de terror, Sobrenatural. Em 2013, deu vida a Invocação do Mal — somadas, as aventuras vividas por Ed Warren e Lorraine Warren e aquelas ligadas ao investigadores do paranormal (que incluem Annabelle e A Freira) já arrecadaram US$ 2,7 bilhão nas bilheterias.
Wan também tem no currículo a maior arrecadação da franquia Velozes e Furiosos — o sétimo segmento, de 2015, fez US$ 1,51 bilhão (ocupa o 12º lugar no ranking geral). E Aquaman, com US$ 1,15 bilhão, é o campeão de bilheteria entre os filmes baseados nos quadrinhos da DC, aí incluída a trilogia do Batman de Christopher Nolan e o primeiro Coringa. Mas o diretor não acertou a mão em Aquaman 2: O Reino Perdido (2023), que, além de ser bem inferior ao primeiro, faturou muito menos: US$ 439,3 milhões.