O menu do Amazon Prime Video não é tão vistoso quanto o do Star+ nem tão variado quanto o da Netflix, mas a plataforma de streaming também tem suas virtudes.
Recentemente, entraram em cartaz cinco filmes premiados no Oscar ou elogiados pela crítica.
A lista inclui um título inédito nos cinemas: O Pacto (2023), de Guy Ritchie.
O Homem nas Trevas (2016)
De Fede Alvarez. O diretor uruguaio filmou em Budapeste, na Hungria, este filme que se passa em Detroit, cidade dos Estados Unidos cada vez mais fantasmagórica diante da crise enfrentada pela indústria automobilística.
Na trama, um trio de jovens ladrões (Dylan Minnette, Jane Levy e Daniel Zovatto) invade a residência de um veterano de guerra cego (Stephen Lang) para roubar o dinheiro de um processo vencido após uma tragédia familiar. Mas as coisas escapam — muito — ao controle.
Infiltrado na Klan (2018)
De Spike Lee. Desde um de seus primeiros longas-metragens, Faça a Coisa Certa (1989), Lee dedica-se a discutir o racismo da sociedade estadunidense — e da própria Hollywood, como visto em A Hora do Show (Bamboozzled, 2000), que mostra como a TV e o cinema pintam (literalmente, nos primórdios) os afrodescendentes. Vencedor do Oscar de roteiro adaptado e indicado ainda às categorias de melhor filme, direção, ator coadjuvante (Adam Driver), edição e trilha sonora, Infiltrado na Klan é mais um de seus mergulhos na história do país, como a cinebiografia Malcolm X (1992), o documentário Quatro Meninas (1997) e os filmes de guerra Milagre em Sta. Anna (2008) e Destacamento Blood (2020).
Como o nome explicita, conta a história real de um policial negro do Estado do Colorado que, no final dos anos 1970, conseguiu se infiltrar na célula local da Ku Klux Klan. Ron Stallworth (interpretado por John David Washington) se comunica com os supremacistas por meio de telefonemas e cartas. Quando precisa estar fisicamente presente, vai em seu lugar um policial branco, Flip Zimmerman (Adam Driver). O alvo de Spike Lee não é somente a famigerada organização racista estadunidense. O diretor ataca o então presidente Donald Trump — de várias formas. O vilão da trama, David Duke (papel de Topher Grace), é um declarado apoiador do ex-inquilino da Casa Branca; frases e expressões de Trump (como o slogan "America first") são encaixadas nos diálogos; e o filme termina com cenas das marchas de neonazistas e nacionalistas brancos em Charlottesville, na Virginia, em 2017, quando um jovem de extrema-direita acabou acelerando seu carro contra uma multidão de manifestantes antifascismo, o que resultou na morte de uma mulher. Em seu primeiro pronunciamento sobre o episódio, o mandatário dos EUA condenou a "exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência em muitos lados".
Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)
De Barry Jenkins. Oscar de melhor filme — foi o primeiro com elenco todo negro e o primeiro LGBT+ a conquistar a estatueta —, roteiro adaptado e ator coadjuvante (Mahershala Ali), o drama acompanha três fases da vida do protagonista: criança, quando é apelidado de Little (Alex Hibbert), adolescente, quando se chama Chiron (Ashton Sanders), e jovem adulto, quando se apresenta como Black (Trevante Rhodes).
Sua trajetória é acidentada, marcada pela negligência da mãe, pelo uso de drogas, pela pobreza, pela violência, pelo racismo estrutural e pelo preconceito — a sexualidade que o personagem está descobrindo e que mal compreende é rejeitada por sua comunidade. Como o emprego de três nomes indica, Moonlight é uma história sobre busca da identidade. Mas também é uma linda história de amor — sufocado e sofrido, mas que perdura e sobrevive.
O Pacto (2023)
De Guy Ritchie. Ambientado durante os últimos anos da Guerra do Afeganistão, é um dos melhores filmes do diretor que já foi apelidado de "o Tarantino britânico".
Bem, esqueça essa comparação, esqueça o tom cômico e o clima de algazarra associados a Ritchie. Sobriedade e contenção são palavras-chave na história estrelada por Jake Gyllenhaal e Dar Salim, nos papéis, respectivamente, de um sargento do exército estadunidense e de um intérprete. Faço um outro alerta para quem quiser ver: NÃO leia a sinopse na plataforma ou no Google, que, para o meu gosto, conta mais do que o necessário sobre a trama, como eu disse na minha coluna (que não tem spoilers).
O Profissional (1994)
De Luc Besson. Interpretando uma menina de 12 anos, a pequena Natalie Portman brilha ao lado do bom ator francês Jean Reno neste que é, talvez, o melhor filme de Besson (diretor de Imensidão Azul, O Quinto Elemento e Lucy).
A história da amizade improvável de um matador de aluguel com a garotinha que sobrevive ao massacre de sua família, e de seu plano de vingança contra o assassino, é de uma sensibilidade rara em se tratando dos longas de ação. Isso incorporando todos os clichês narrativos dos títulos do gênero. Destaque também para a atuação de Gary Oldman como um excêntrico e tenebroso vilão.