O feriadão de Páscoa vem aí, e na semana que vem tem a folga de Tiradentes (21 de abril). O tempo extra pode convidar a começar aquela série longa que você sempre teve vontade de ver.

Na lista abaixo, separei 10 atrações, todas com mais de 100 episódios. Algumas se tornaram recordistas em longevidade.

Há comédias, dramas, policiais, um épico e histórias de terror. Quem prefere séries curtinhas, pode escolher neste link.

Os Simpsons (1989-)

É a série mais longeva da TV — a animação criada pelo estadunidense Matt Groening já está há mais de 30 anos no ar. Nesse tempo, Os Simpsons zoou o Brasil (o Rio apareceu invadido por macacos e dominado por traficantes) e previu, em 2000, a eleição de Donald Trump para a Casa Branca ("Qual é a coisa mais idiota que os americanos podem fazer?", se perguntaram os roteiristas). Seu personagem símbolo é o estabanado, grosseiro e egoísta Homer Simpson, um exemplo de paternidade irresponsável, externada em declarações antológicas: "Bart, vou lhe dizer três frases que você deve saber ao longo da vida: Segura essa pra mim; Boa ideia, chefe; Já estava assim quando eu cheguei"; "Bom, é uma da manhã. Melhor ir para casa e passar um tempo com as crianças"; "Lisa, quando você não gosta do seu emprego não faz greve. Vá trabalhar e faça um trabalho malfeito"; "Filhos, vocês deram o melhor e falharam miseravelmente. A lição é: nunca tentem". (33 temporadas até agora, 722 episódios, Star+) 

Seinfeld (1989- 1998) 

Uma das comédias mais aplaudidas de todos os tempos foi criada por Larry David e por Jerry Seinfeld, que interpreta uma versão fictícia de si mesmo: um humorista judeu e fã do Superman. Seu apartamento em Nova York, vive frequentado pelos amigos Cosmo Kramer (Michael Richards), o amalucado vizinho de porta, George Costanza (Jason Alexander), baixinho, gordinho, careca e deveras complexado, e Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfus), a única que de fato trabalha, alguns parentes e suas muitas namoradas. Ao contrário dos relacionamentos de Jerry, nenhum duradouro, pode-se dizer que Seinfeld nunca acabou. Desde sua despedida, em que os personagens enfrentaram as consequências da falta de princípios éticos e morais, fãs comemoram aparições do elenco em outros programas, discutem como a série, hoje, lidaria com a geração das redes sociais, relembram seus episódios favoritos (o do concurso de abstinência sexual, o do nazista da sopa) ou suas frases prediletas ("Not that there's anything wrong with that", "They're real, and they're spectacular!"). Essas conversas — em suma, sobre o nada — refletem a essência da série: quatro amigos que se reúnem para falar sobre nada. (9 temporadas, 180 episódios, Netflix) 

Law & Order: Unidade de Vítimas Especiais (1999-) 

Entre as séries com atores, é a de maior duração na TV estadunidense — superou o recorde que pertencia ao faroeste Gunsmoke (1955-1975) e a obra que a originou, Law & Order (1990-2010). Criado por Dick Wolf, Law & Order: SVU, na sigla em inglês, acompanha as investigações de crimes sexuais em Nova York, em geral baseados em casos reais. Os dois personagens principais são a tenente Olivia Benson (Mariska Hargitay) e o detetive Elliot Stabler (Christopher Meloni). Um dos segredos da longevidade é que cada episódio traz uma história fechada, ou seja: a cada ano a série pode atrair novos espectadores sem obrigá-los a conhecer todo seu passado. (23 temporadas até agora, 510 episódios, Globoplay) 

C.S.I. (2000-2015) 

Bolada por Anthony Zuiker e produzida por Jerry Bruckheimer, retrata o cotidiano de um grupo de policiais da perícia de Las Vegas. O time original é formado por Gil Grissom (William Petersen), o inteligente, irônico e criativo investigador- chefe, Catherine Willows (Marg Helgenberger), ex-dançarina e mãe separada, Warrick Brown (Gary Dourdan), um perito que confia no instinto e tem uma queda por apostas e jogos de azar, o jovem Nick Stokes (George Eads) e Sara Sidle (Jorja Fox), empática com vítimas de violência doméstica. 

O clima é frequentemente macabro: há autópsias, câmeras que desvendam o interior dos defuntos e reconstituições dos crimes. Entre os primeiros episódios, os investigadores precisam descobrir o que aconteceu numa casa onde pai, mãe e dois filhos foram mortos com uma faca de cozinha — só duas irmãs (uma adolescente e a outra de quatro anos) sobreviveram. Outra trama tem uma pegada de Agatha Christie e envolve a morte de um passageiro incômodo durante um voo para Las Vegas. Na esteira do sucesso da série, vieram CSI: Miami (2002-2012), CSI: NY (2004-2013) e CSI: Cyber (2015-2016). (16 temporadas, 337 episódios, HBO Max) 

Grey's Anatomy (2005-) 

A criação de Shonda Rhimes tornou-se em 2021 a mais longa série médica. Pontuado por situações de vida ou morte, assédio moral, romances proibidos, traições dilacerantes, cenas de sexo e algum alívio cômico, o seriado gira em torno de Meredith Grey (encarnada por Ellen Pompeo). No começo da trama de Grey's Anatomy, ela é uma residente no fictício Seattle Grace Hospital, por onde já passaram personagens marcantes, como o neurocirurgião Derek "McDreamy" Sheperd (Patrick Dempsey) e a cirurgiã cardiotorácica Cristina Yang (Sandra Oh). (18 temporadas até agora, 395 episódios, Amazon Prime Video, Globoplay e Star+) 

Modern Family (2009-2020) 

Pentacampeã — de 2010 a 2014 — no Emmy de melhor comédia, a série de Christopher Lloyd e Steven Levitan gira em torno de familiares que se metem em apuros porque não dizem o que pensam — na verdade, uns falam demais! Jay (Ed O'Neill), o patriarca, se casou com a colombiana sexy Gloria (Sofia Vergara), bem mais jovem e mãe de Manny, com gostos refinados e atitudes maduras demais para sua idade. Jay também é pai de Mitchell (Jesse Tyler Ferguson, que adota uma bebê vietnamita com o companheiro Cameron (Eric Stonestreet), e de Claire (Julie Bowen), casada com Phil Dunphy e mãe de três filhos, Haley, Alex e Luke. Papel que valeu ao ator Ty Burrell dois Emmys e mais seis indicações, Phil é o típico pai descolado e um modelo quando o tema é educação infantil — na opinião dele. O filho deu tiros com uma arma de chumbinho na irmã? Atire nele de volta. (11 temporadas, 250 episódios, Star+)

The Walking Dead (2010-2022) 

O cineasta Frank Darabont é o responsável por levar a popular história em quadrinhos pós-apocalíptica de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard para a TV — onde a série sobre zumbis se tornou uma campeã de audiência. Em The Walking Dead, Andrew Lincoln interpreta o xerife de uma cidadezinha da Geórgia, nos EUA, Rick Grimes, que é baleado durante um cerco e acaba entrando em coma. Quando acorda, depois de um tempo indeterminado, os mortos voltaram à vida e não estão nada felizes, restando ao policial pegar em armas e partir em busca de sobreviventes — incluindo sua família, até então desaparecida. Prepare-se para muito drama, muita adrenalina e muitos choques. (11 temporadas, 168 episódios, Star+) 

American Horror Story (2011-)

A antologia de terror foi desenvolvida por Ryan Murphy e Brad Falchuk. Cada temporada narra uma história independente, embora os elencos se repitam bastante: Evan Peters, Sarah Paulson, Lily Rabe, Kathy Bates... Em Murder House, ambientado em 2011, a família Harmon se muda para uma mansão restaurada, sem saber que a casa é assombrada pelos seus antigos habitantes. Asylum se passa em 1964, em uma instituição para criminosos insanos controlada pela Igreja Católica. Coven, em New Orleans, mostra um clã de bruxas originadas de Salem e do vodu. Freak Show é sobre um circo de horrores em 1952. Hotel marcou a estreia da cantora e atriz Lady Gaga em AHS. Ela voltou em Roanoke, que aborda eventos paranormais e assassinatos em uma casinha isolada. As tramas seguintes se chamam Cult, Apocalypse, 1984 e Double Feature. (10 temporadas até agora, 113 episódios, Globoplay e Star+) 

O Grande Guerreiro Otomano (2014-2019) 

Também conhecida por seu nome em inglês, Resurrection: Ertugrul, a série turca criada por Mehmet Bozdag é um épico de proporções gigantescas — espie ao final do texto o número de episódios. O enredo é baseado na história dos muçulmanos turcos Oghuzes e concentra- se na vida de Ertugrul (1198- 1281), personagem interpreta por Engin Altan Düzyatan que foi um líder dos kayi boyu, uma tribo originária do norte do Irã. Ele também foi o pai de Osmã I, fundador do Império Otomano. (5 temporadas, 448 episódios, Netflix) 

Sessão de Terapia (2012-2014/ 2019-) 

Assinada por Jaqueline Vargas e com direção de Selton Mello, é a versão brasileira da série BeTipul, bolada pelo israelense Hagai Levi e já exportada para mais de 30 países. O protagonista é o terapeuta Theo (Zécarlos Machado), casado com Clarice (Maria Luísa Mendonça) e pai de três filhos, que se divide entre tratar do esfriamento de sua relação conjugal e a falta de paciência em relação a seus pacientes. A da segunda-feira é Júlia (Maria Fernanda Cândido), anestesista com dificuldades de relacionamento com o parceiro e apaixonada por Theo. Na terça, Breno (Sérgio Guizé), atirador de elite que atinge acidentalmente uma criança em operação policial de cerco a traficante. Na quarta, Nina (Bianca Muller), jovem de 15 anos, ginasta de sucesso, demanda uma avaliação que ateste que ela não seria suicida. Às quintas, Ana (Mariana Lima) e João (André Frateschi) tratam do aborto que ela quer fazer, e ele não. Na sexta, Theo vai ao encontro de Dora (Selma Egrei) para falar sobre seus casos e sua vida pessoal. Na retomada de Sessão de Terapia, Selton Mello assumiu o papel do terapeuta, agora batizado de Caio Barone, e Morena Baccarin fez a psicóloga Sofia Callas. (5 temporadas até agora, 185 episódios, Globoplay)