Independence Day: O Ressurgimento (2016), que a RBS TV exibe na Temperatura Máxima deste domingo (4/7), não é apenas a retomada de um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 1990. É também o oitavo filme do diretor alemão Roland Emmerich em que a Terra está sob algum tipo de ameaça.
Trata-se de um especialista em filmes-catástrofe. Emmerich visita cenários apocalípticos desde seu primeiro longa-metragem, The Noah's Ark Principle (1984). Então futurista, a trama se passa em 1997. Os países descartaram a maioria das armas de destruição em massa, e a paz mundial parece ter chegado. Mas, orbitando nosso planeta, há uma estação espacial estadunidense-europeia capaz de controlar o clima em qualquer local do mundo. É, portanto, um outro tipo de arma de destruição em massa, pois a fabricação de tempestades e inundações pode varrer nações do mapa. A estação torna-se ponto-chave das tensões entre Ocidente e Oriente.
O cineasta retomaria o tema dos desastres naturais em O Dia Depois de Amanhã (2004) e em 2012 (2009). No primeiro, uma nova Era Glacial é provocada, paradoxalmente, pelo aquecimento global: um climatologista tenta avisar o governo dos EUA dos riscos se não houver a redução na emissão de gases poluentes, sobretudo pelas indústrias. No segundo, a culpa é das erupções solares, que começam a aquecer o núcleo da Terra em um ritmo sem precedentes.
Monstros e alienígenas são figurinhas carimbadas na obra do cineasta. Em Stargate (1994), ele vincula as realizações dos egípcios antigos, como as pirâmides dos faraós, à ação de extraterrestres. Em Godzilla (1998), a enorme criatura surgida de uma explosão nuclear na Polinésia devasta Nova York. Também dá para colocar na lista O Ataque (White House Down, 2013): a escala de destruição pode ser menor, mas ainda assim é significativa: o alvo de terroristas é a Casa Branca, a sede da presidência dos Estados Unidos — o que, em Hollywood, é tipo o centro do mundo).
Mas foi com Independence Day (1996) que Roland Emmerich fez seu nome. Trata-se de uma espécie de híbrido entre uma releitura dos títulos de ficção científica dos anos 1950 e uma homenagem aos filmes de desastre da década de 1970. Vencedor do Oscar de melhores efeitos visuais, narra a história de resistência a uma maciça e destrutiva invasão alienígena à Terra, culminando no 4 de julho — a data da independência dos Estados Unidos. Entre nossos heróis, estão um militar encarnado por Will Smith, um operador de TV interpretado por Jeff Goldblum e o próprio presidente estadunidense, vivido por Bill Pullman. Com US$ 817,4 milhões arrecadados, é uma das cem maiores bilheterias de todos os tempos e o maior sucesso comercial do diretor — 2012 chegaria perto, com US$ 791,2 milhões.
Em cartaz na RBS TV a partir das 12h30min deste domingo, Independence Day: O Ressurgimento, como o título indica, foca em uma nova invasão de extraterrestres, 20 anos depois da anterior. Personagens do primeiro filme estão de volta, como o David Levinson de Jeff Goldblum, agora líder de um programa global de defesa sediado na Área 51, e o Thomas J. Whitmore de Bill Pullman, agora um aclamado ex-presidente. O atual, ou melhor, a atual mandatária é Elizabeth Lanford (papel de Sela Ward). E, diante da impossibilidade de contar com Will Smith no elenco, o militar Steven Hiller está morto — os pilotos da vez são seu enteado, Dylan Dubrow-Hiller (Jessie Usher, o Trem-Bala da série The Boys), e o órfão Jake Morrison (Liam Hemsworth), que é noivo de Patricia (Maika Monroe, de O Hóspede), filha do ex-presidente Whitmore.
A continuação não teve o mesmo êxito nas bilheterias: faturou US$ 389,6 milhões. Depois de Independence Day 2, Emmerich rodou um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial, Midway (2019), sobre uma importante batalha entre Estados Unidos e Japão no Pacífico. Em 2022, deve lançar a ficção científica Moonfall, que — adivinhem — retrata uma ameaça à Terra: estranhos devem se unir para salvar o planeta quando a Lua de repente sai de sua órbita.