Os números são inquestionáveis. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tornou-se um Estado mais seguro.
É claro que quem sofreu algum tipo de violência não acredita nas estatísticas. Há os que atribuem a queda dos crimes como furto e roubo à subnotificação, argumentando que as pessoas não registram ocorrência porque não acreditam que a polícia vá recuperar um celular, uma bolsa ou um fone de ouvido.
A verdade é que os crimes diminuíram e 2024 tende a fechar como o menos violento da série histórica, apesar de uma série de episódios chocantes.
A curva descendente tem na sua origem o peso de três palavras começadas com "i" e que eram uma espécie de mantra do ex-governador Ranolfo Vieira Júnior quando foi secretário da Segurança Pública: investimento, inteligência e integração.
Quando o Estado não conseguia nem mesmo pagar em dia os salários dos servidores era impossível fazer os investimentos necessários em viaturas, armamento e valorização das carreiras policiais. Com viaturas antigas e motores de baixa potência, polícia não conseguia competir com os carrões dos bandidos e esse era apenas um dos problemas.
Os investimentos foram retomados ainda no governo de José Ivo Sartori, com a compra de armas e carros mais potentes, mas a situação melhorou depois que as contas foram equilibradas. Nos últimos anos, o governo repôs parte do efetivo que se aposentou ou pediu demissão.
O segundo "i" é o de inteligência. Isso significa cercamento eletrônico, uso da tecnologia para monitorar suspeitos, utilização de dados de diferentes fontes, cruzamento de informações e tudo o que ajuda a controlar o crime de modo remoto.
O terceiro "i" é o de integração e é mundialmente reconhecido como fator de sucesso no combate ao crime. São as polícias estaduais (civil e militar), penal, rodoviária e federal trabalhando de forma integrada, em sintonia com o Ministério Público.
Os três "is" ajudam não só a tornar o policiamento mais efetivo, como são essenciais para o sucesso da estratégia de combater o crime organizado pela asfixia financeira, com o o bloqueio de contas e de bens.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, delegado da Polícia Federal que já foi secretário do Ceará, diz que os números ainda podem melhorar e lamenta que não se consiga reduzir os crimes que ocorrem dentro das casas, como feminicídio.
É para melhorar os indicadores e aumentar a sensação de segurança da população que o governo de Eduardo Leite vai investir mais de R$ 1 bilhão nos próximos dois anos. Nessa conta está a compra de quatro helicópteros para Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.