Passaram-se quase dois meses desde que o presidente Lula sofreu o acidente doméstico que o levou ao hospital com traumatismo craniano. Era 19 de outubro quando Lula caiu no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça. Na madrugada desta terça-feira, Lula foi levado às pressas para São Paulo, depois que uma ressonância magnética feita em Brasília detectou uma hemorragia intracraniana.
A cirurgia foi realizada em São Paulo e, de acordo com as informações preliminares, tudo correu bem. Ele está na UTI, em observação, onde deverá permanecer por pelo menos 48 horas, antes de ir para o quarto. Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos, mas é possível que Lula tenha de tirar uma licença maior para cuidar da saúde.
O ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, disse no Gaúcha Atualidade que sua expectativa é de que Lula não precise transmitir o cargo formalmente ao vice-presidente. Hoje e nos próximos dias Alckmin deverá cumprir os compromissos que estavam na agenda de Lula.
Pimenta contou que ontem (segunda-feira) esteve com Lula e que ele estava sonolento, cansado e com sinais de desconforto. Lula queixou-se de indisposição e de dor de cabeça forte, quando estava reunido com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.
A sonolência é causada pela medicação anticonvulsionante que Lula toma desde a queda. Pimenta disse que a transferência para São Paulo foi decisão do médico pessoal de Lula, Roberto Kalil.
Pimenta minimiza críticas de Lula à comunicação
Questionado sobre sua situação no governo, diante das críticas de Lula à comunicação, Pimenta disse que tem uma relação muito pessoal com o presidente e que concorda com as observações dele em relação à comunicação.
— Sou parte do time dele, Não há nenhuma sinalização dele de que vai haver nenhuma mudança agora na Secom, mas se ele achar que uma mudança é necessária ele sabe que pode contar comigo. Eu brinco com ele, que ele é o presidente e o técnico. Se o senhor quiser que eu jogue na meia esquerda ou na ponta esquerda, eu vou jogar — declarou.
Nas entrelinhas, Pimenta deixou em aberto a possibilidade de reassumir o mandato na Câmara e ajudar o governo no Congresso.