O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido, às pressas, a um procedimento cirúrgico para drenagem de um hematoma. A cirurgia foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De Brasília, Lula embarcou em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em direção a São Paulo por volta das 22h30min. Ele deu entrada no hospital por volta da meia-noite.
Boletim médico divulgado às 3h20min desta terça (10) informa que Lula sentiu-se mal em Brasília. Com fortes dores de cabeça, fez um exame de imagem.
"A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em outubro. Foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências", diz o boletim do hospital.
A equipe médica que atende Lula é liderada por Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio.
Outubro: o acidente doméstico
Na tarde de 19 de outubro, um sábado, Lula havia chegado de viagem de São Paulo — o presidente tinha ido para a capital paulista com o intuito de participar de atividades de campanha do então candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos — quando, no banheiro do Palácio da Alvorada, sentou-se em um banco para cortar as unhas, se desequilibrou quando o assento virou para trás, e caiu, batendo a cabeça com força. Lula foi levado para a unidade do Hospital Sírio Libanês em Brasília. O presidente foi submetido a exames, onde, n ocasião, foi constatado uma pequena hemorragia, o que fez com que ele realizasse exames periódicos para monitorar o quadro. Na ocasião, Lula levou cinco pontos na parte de trás da cabeça, na nuca.
Em novembro, em entrevista à Rede TV, o petista afirmou que a queda resultou em uma "batida muito forte" da cabeça e que ele achou que "tinha rachado o cérebro".
O presidente estava acompanhado no Alvorada da primeira-dama Janja da Silva. Eles estavam preparando as malas para embarcar para Rússia, onde o presidente participaria da Cúpula dos Brics.
Outubro: viagens canceladas
Na ocasião, Apesar de não ser considerado grave, os médicos, liderados pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, recomendaram que o presidente evitasse viagens de longa duração. Como precaução, foi decidido que ele participaria da cúpula de forma virtual, por videoconferência.
Na semana seguinte, o presidente cancelou a viagem que faria à Colômbia também em decorrência do acidente doméstico sofrido na semana passada.
Lula reconheceu que seus médicos aconselharam evitar voos prolongados, ao que decidiu cancelar todas as suas viagens aéreas. O Palácio do Planalto informou inicialmente que a suspensão buscava priorizar outras agendas, como a cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro.
Outubro e novembro: exames periódicos
Desde então, ele passou por exames periódicos de ressonância magnética. Em um dos últimos, no final de outubro, o boletim médico apontou um estado de estabilidade e informou que o mandatário seguia apto para exercer suas atividades em Brasília.
Novembro e dezembro: G20 no Rio e encontro do Mercosul, no Uruguai
Liberado pelos médicos, Lula voltou a viajar em novembro. O presidente foi o anfitrião da G20 no Rio de Janeiro. Neste mês o presidente foi ao Uruguai participar da cúpula do Mercosul. Na ocasião foi anunciado o acordo de livre comércio com a União Europeia.
Desconforto e entrada em hospital
Segundo auxiliares, Lula começou a relatar desconforto — dor de cabeça — ainda durante o início da tarde de segunda-feira (9). Em razão disso, a agenda do presidente foi encerrada mais cedo, às 17h30min, após reunião com os presidentes da Câmara e do Senado.
Por volta das 18h, Lula foi levado ao hospital Sírio-Libanês, em Brasília, onde passou por um exame de imagem da cabeça.
A equipe médica constatou que houve um aumento na quantidade de líquido intracraniano —possibilidade que era monitorada desde a queda que ele sofreu ao cortar as unhas dos pés com o auxílio de um banquinho no Palácio da Alvorada em 19 de outubro.