O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Depois de reduzir drasticamente o número de estudantes nos últimos anos, indicando que poderia ser fechada, a Escola Maria Thereza da Silveira vai ganhar vida nova. A secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, confirmou à coluna que o colégio será transformado em escola técnica profissional, com foco em "profissões do futuro", que já têm alta demanda no mercado e poucos trabalhadores capacitados.
A ideia é que a escola seja preparada ao longo de 2024 para receber os estudantes com o foco na educação profissional a partir início de 2025.
— Há evidências que mostram que jovens que fazem ensino técnico e profissional têm salário maior do que quem só fez o Ensino Médio. E isso não tira o aluno da rota da universidade, isso é um mito — explica Raquel.
A transformação da Escola Maria Thereza da Silveira atende a uma das diretrizes do Marco Legal da Educação, aprovado pela Assembleia em 2023: a de apostar no ensino técnico e profissional. O Estado irá investir R$ 6 milhões na compra de equipamentos para estruturar laboratórios para os estudantes. Os recursos são parte dos R$ 20 milhões doados pela Assembleia para a educação.
Cinco formações deverão ser ofertadas na Escola Maria Thereza da Silveira:
- Técnico em Produção Cultural
- Técnico em Multimídia
- Técnico em Processos fotográficos
- Técnico em Produção de áudio e vídeo
- Técnico em Jogos Digitais
A iniciativa será desenvolvida em parceria com a Unisinos, interessada em potenciais estudantes de graduação no futuro. A Secretaria Estadual da Cultura também contribui com a transformação da escola.
Raquel estima que a escola poderá receber cerca de 400 estudantes.
Histórico
A coluna já contou outras vezes a história da escola localizada entre os bairros Bela Vista e Mont'Serrat, numa das regiões mais cobiçadas pelo mercado imobiliário em Porto Alegre. Há anos, o vereador Pedro Ruas (PSOL) encampou a bandeira da preservação do colégio, por ter sido construída no governo de Leonel Brizola e ser a última das chamadas "brizoletas" na Capital.
Ruas conseguiu aprovar o tombamento da escola, mas o texto foi vetado pelo prefeito Sebastião Melo. Na quarta-feira (6), a Câmara decidiu manter o veto.