O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em discurso na abertura da tradicional Assembleia de Verão da Famurs, em Xangri-Lá, o governador Eduardo Leite reafirmou nesta quarta-feira (28) que não existe a possibilidade de simples revogação dos decretos com cortes de benefícios fiscais. Leite respondeu aos deputados que, na véspera, haviam assinado ofício pedindo a reconsideração dos cortes.
O governador também apontou contradição no posicionamento de parlamentares que defendem a nomeação de servidores na área da Segurança Pública e, ao mesmo tempo, são contrários à revisão de benefícios.
— Se vamos nomear os aprovados no concurso público de bombeiros, policiais civis, militares, tudo isso tem um custo para os cofres do Estado (...). Quando o governo encaminha a revisão de benefícios é para que a gente possa viabilizar receitas que deem suporte aos diversos serviços do Estado, inclusive das parcerias com os municípios — discursou Leite.
A um auditório lotado de prefeitos, diretamente interessados na arrecadação do Estado, o governador reforçou que está conversando com os setores produtivos e que poderá fazer ajustes pontuais nos decretos. Em seguida, citando argumento usado com frequência por empresários para criticar o corte de benefícios, Leite disse que a competitividade depende da capacidade de fazer investimentos e dos serviços oferecidos pelo Estado.
— Competitividade não é só pagar menos imposto. Não adianta pagar menos imposto e não ter estrada, não ter segurança, não ter educação que forme capital humano, não ter dinheiro para subvencionar irrigação. O Estado precisa ter capacidade financeira para sustentar esses serviços.